Obrigatoriedade do ESP em todos os carros brasileiros é adiada para 2024
31 de outubro de 2020Resolução do Contran atende a pedido dos fabricantes de automóveis e mexe também com o prazo para a adoção de outras tecnologias
Sistema ESP evita que o carro derrape em mudanças em mudanças repentinas de direção ou em pisos escorregadios – Foto: Divulgação
Quem esperava ver em breve os controles eletrônicos de tração e estabilidade em todos os carros vendidos no Brasil, agora terá que esperar mais um pouco. Atendendo ao pedido dos fabricantes de veículos, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiou de 1º de janeiro de 2022 para 1º de janeiro de 2024 a obrigatoriedade dos sistemas de segurança em todos os carros de passeio fabricados no País.
O adiamento está na Resolução nº 799 do órgão, que foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 27 de outubro. Pelo texto, a adoção do pacote eletrônico, também conhecido por siglas como ESC e ESP, passa a ser feita de maneira escalonada nos carros de passeio, com 50% da produção passando a incorporar a tecnologia já em 1º de janeiro de 2023. No caso dos veículos comerciais, o prazo final passou de janeiro de 2023 para janeiro de 2025.
"O adiamento dos prazos de instalação de alguns novos itens de segurança, sugerido pela Anfavea, foi compreendido pelos conselheiros do Contran como inevitável, dado o atraso no cronograma de desenvolvimentos, testes, homologações e treinamentos provocado pela pandemia do novo coronavírus", destacou em nota a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Ainda segundo o comunicado da associação que reúne as montadoras, "mesmo com a retomada dos trabalhos após uma paralisação no auge da quarentena, o ritmo ainda vem sendo afetado pelos protocolos sanitários nas fábricas, laboratórios e campos e provas, e também pelo afastamento de profissionais de grupos de risco ou reduções de jornada provocadas pela MP 936".
Não foi adiado apenas o ESP
Além do ESP, o DLR, ou a luz diurna de posição também teve a obrigatoriedade adiada em um ano, para 2024 – Foto: Divulgação
Vale destacar que o equipamento segue sendo obrigatório novos projetos de automóveis lançados no Brasil desde janeiro deste ano. Também não há impeditivo para que os fabricantes se antecipem à implantação do equipamento em toda a sua linha de produtos.
Outro ponto a ser destacado é que o sistema de controle eletrônico de estabilidade (ESP) não é tão simples de ser instalado, uma vez que exige que o modelo venha com a última geração dos freios ABS, o que alguns modelos feitos no Brasil ainda não têm. Portanto, torna-se necessário mudar toda a arquitetura eletrônica dos carros.
Além do ESP, a resolução mexe também com os prazos limite para a adoção das DRL (luzes de circulação diurnas) e para a adoção de novas normas de proteção para os ocupantes em impactos laterais em todos os veículos comercializados no Brasil, que passam de janeiro de 2023 para janeiro de 2024.
Valedoitaúnas/Informações iG