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Número de mortes em alguns municípios do ES chama a atenção, diz infectologista

02 de junho de 2020

Cidade capixaba que mais registrou mortes até o momento continua sendo a Serra, que chegou a 163 óbitos, segundo informações da Sesa

Número de mortes em alguns municípios do ES chama a atenção, diz infectologistaFoto: Divulgação

O Espírito Santo fechou o mês de maio com mais de 600 mortes em decorrência do novo coronavírus. Segundo informações mais recentes do Painel Covid-19, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), 628 pessoas já perderam a vida por causa da doença no estado.

Em alguns municípios capixabas, a taxa de letalidade supera a média nacional, de 5,69%. Para o infectologista Paulo Peçanha, chama a atenção o índice de mortalidade da doença em cidades como Serra (6,18%), Fundão (5,97%) e Marataízes (6,22%).

"Alguns municípios chamam a atenção para o aumento da letalidade nesse período. A Serra, Fundão, Marataízes, lá no sul, chama mais atenção ainda. Qual a leitura que se pode fazer disso? É possível que essa população, de regiões mais afastadas dos hospitais de Vitória, estejam retardando a procura. E por procurar mais tardiamente, estão chegando mais graves e morrendo mais", destacou Peçanha.

A maior taxa de letalidade do Espírito Santo, no entanto, é do município de Pinheiros, no norte do estado, que registrou três mortes em 16 casos confirmados, chegando a um índice de 18,75%. Já em números absolutos, a cidade capixaba que mais registrou mortes até o momento continua sendo a Serra, que chegou a 163 óbitos.

Sobre o total de mortes registradas no Espírito Santo, o infectologista afirma que esse número pode aumentar significativamente caso a população não tome os devidos cuidados e mantenha o isolamento social. "Isso já é um número muito alto para o Espírito Santo. É um número maior do que muitos países da América Latina, da América do Sul. Muitos países do mundo. Nós já temos um número alto e temos uma perspectiva desse número dobrar no mês de junho", afirmou.

"O importante é evitar a doença. O importante é manter o isolamento social, manter o distanciamento, manter os cuidados, para que a gente consiga evitar esse número tão grande de casos e a letalidade tão alta", completou o infectologista.

Matriz de risco

Ainda segundo os dados mais recentes da Sesa, a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para covid-19, ofertados pela rede pública do Estado na Grande Vitória, chegou à marca de 90,45%. Em todo o Espírito Santo, 82,44% dos leitos já estão ocupados.

De acordo com a nova matriz de risco do Governo do Estado, que entrou em vigor nesta semana, caso o índice de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 no Espírito Santo chegue a 91%, será acionado um plano de crise e medidas mais duras deverão ser adotadas pelo governo estadual.

"Nossa prioridade é salvar a vida das pessoas. Então, se for preciso, nós tomaremos medidas mais radicais. Isso está vinculado ao percentual de leitos ocupados. Se chegar a 91%, a gente tem que fechar comércio, fechar serviço. A gente sabe que uma ou outra pessoa precisa trabalhar para sustentar sua família. Mas teremos que adotar medidas de restrição às atividades econômicas e sociais com mais rigor. Espero não chegar a esse ponto", afirmou o governador Renato Casagrande, durante pronunciamento feito na noite desta segunda-feira (1).

Ao todo, dez municípios do Espírito Santo passaram de um nível de risco para outro, na nova matriz do governo estadual. Desses, sete avançaram para uma situação mais grave do que estavam na classificação anterior, enquanto três caíram para um nível de risco menor.

Pela nova matriz, 12 cidades estão em um risco alto para a covid-19, 52 em risco moderado e 14 em risco baixo. Entraram para o grupo de municípios de risco alto Santa Teresa, Marechal Floriano e Piúma, juntando-se a Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Viana, Fundão, Marataízes, Presidente Kennedy e Boa Esperança.

"Alguns municípios, como Santa Tereza, Marechal e Piúma, tiveram o coeficiente de incidência do município em relação a todo o estado muito alto", frisou o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Cerqueira.

Alfredo Chaves e Afonso Cláudio permaneceram no grupo de municípios de risco alto durante a semana passada, mas agora passaram para risco moderado, assim como Jaguaré, Mantenópolis, Alto Rio Novo e Ibatiba, que estavam em risco baixo. Já Brejetuba estava no nível moderado de risco e passou para o nível baixo. Nenhum município capixaba atingiu ainda o nível extremo de risco, o maior da classificação.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros explica que a classificação de risco, utilizada pelo Governo do Estado desde o dia 24 de maio, leva em consideração informações cruzadas em dois eixos: o da ameaça e o da vulnerabilidade. Nessa nova matriz, estão sendo levados em consideração o percentual de idosos, a taxa de isolamento e a letalidade da covid-19 nos municípios.

"Do fator ameaça, são contemplados o coeficiente de incidência, a taxa de letalidade, o índice de isolamento social e a porcentagem da população acima de 60 anos, que é o grupo de risco principal. No eixo vulnerabilidade, a taxa de ocupação de leitos de UTI. Então a combinação de todos esses elementos vão determinar em que classificação de risco o município está", explicou Cerqueira.

Valedoitaúnas/Informações Folha Vitória



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