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Nível de sal no Rio São Mateus, no Norte do ES, aumentou 1000%, aponta Saae

07 de outubro de 2021

Em função do alto índice de salinidade, moradores da cidade sofrem com o desabastecimento. Muitos precisam recorrer à água de poços artesianos e de carros-pipa que foram providenciados pela prefeitura

Nível de sal no Rio São Mateus, ES, aumentou 1000%, aponta SaaeNível de sal do Rio São Mateus aumentou mais de 1000% e falta água para alguns moradores – Foto: Reprodução

O índice de sal no Rio São Mateus, que abastece a cidade do Norte do Espírito Santo, já aumentou 1000%. As informações sobre o aumento do sal na água do rio são do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

O diretor interino do órgão, Antônio dos Santos, explica que - para que a água seja considerada adequada para consumo - o nível máximo de sal presente nela deve ser de 250 ppm (partes por milímetro). No entanto, a última medição realizada no rio São Mateus indicou 3.050 ppm.

Em função da água salobra e imprópria para consumo, moradores da região estão sofrendo com o desabastecimento e têm como única alternativa a utilização da água proveniente de poços artesianos e de caminhões-pipa.

Segundo Antônio o aumento da salinidade é reflexo da seca.

"O volume de água que está descendo no rio é muito baixo. Ela não tem força suficiente para fazer a retenção da água do mar que entra na calha do Rio São Mateus. A cada dia que passa, a água do mar está subindo e isso faz com que a coluna salina aumente", detalha o diretor.

Por causa da quantidade de sal, o Saae decidu, na última semana, mudar temporariamente o ponto de captação de água para um local do rio onde havia menos salinidade. Contudo, o problema persiste, já que no novo ponto o nível de sal também já está aumentando e novas mudanças poderão ser necessárias.

Nível de sal no Rio São Mateus, ES, aumentou 1000%, aponta SaaeMoradores de São Mateus pegam água retirada de poço artesiano – Foto: Reprodução/TV Gazeta

No antigo ponto de captação de água do rio, as bombas estão desativas. Está funcionamento apenas uma, que retira água de poços artesianos e a envia para o tratamento. Contudo, essa água não tem força para chegar às casas de todos os moradores, fazendo com que parte deles fiquem desabastecidos.

Segundo o Saae, desde semana passada, 18 carros-pipa atuam todas as noites para abastecer a população. Já durante o dia, nove deles ficam á disposição na cidade, enquanto outros nove vão para o interior.

Em nota, a Prefeitura de São Mateus, cujo comando foi assumido recentemente pelo vice-prefeito, Ailton Caffeu (Cidadania) após a prisão do prefeito Daniel Santana (sem partido) por suspeita de corrupção, informou que uma comissão foi criada para avaliar a possibilidade de novos pontos de captação de água no rio.

Além disso, o prefeito afirma que solicitará ao governo do Espírito Santo mais 20 carros-pipa e fará investimentos em ferramentas para que a cidade consiga enfrentar o problema.

Imagens mostram a seca no Rio Doce

Nível de sal no Rio São Mateus, ES, aumentou 1000%, aponta SaaeCom a seca, Rio Doce, em Colatina, vira uma imensa praia – Foto: Reprodução

Seca do Rio Doce: regiões Norte e Noroeste são as mais afetadas no período de estiagem

Imagens captadas por um drone mostram o nível da seca que atinge o Rio Doce, onde bolsões de areia tomam lugares que antes eram preenchidos por água.

Em Linhares, cidade do Norte do estado que é cortada pelo rio, não há risco de desabastecimento para a população, visto que água fornecida é retirada de um afluente da lagoa Juparanã. Contudo, a seca prejudica os produtores rurais, que dependem do Rio Doce para irrigar suas plantações.

Nível de sal no Rio São Mateus, ES, aumentou 1000%, aponta SaaeSeca no Rio Doce, no Noroeste do ES – Foto: Reprodução/TV Gazeta

A mesma situação se repete em Colatina, no Noroeste do estado, onde há o encontro entre o Rio Doce e o Rio Santa Maria.

"As porções Norte e Noroeste são as mais afetadas quando o Espírito Santo passa por uma estiagem porque têm índices de chuva menores. Como estamos na parte final do período de estiagem, esses rios acabam sofrendo mais. O Rio Doce está com vasão muito baixa, próximo aos valores mínimos históricos", alerta o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fabio Ahnert.

Valedoitaúnas (g1 ES)



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