Navio de guerra do século 2 a.C e cemitério são encontrados no Egito
20 de julho de 2021Pesquisadores realizaram uma expedição subaquática nas águas oceânicas próximas ao atual município de Alexandria, onde existiu a cidade de Heraclion, submersa há 1,2 mil anos
Expedição subaquática no Egito revelou um cemitério do início do século 4 a.C. e um navio do século 2 a.C – Foto: Reprodução/Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook
Com ajuda de aparelhos de escavação subaquáticos, arqueólogos descobriram nas águas da Baía Qir, próximo a Alexandria, no Egito, a carcaça de um navio de guerra naufragado no século 2 a.C. e os restos de um cemitério grego do início do século 4 a.C.
A descoberta ocorreu durante uma expedição realizada pelo Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM) e revela uma área da cidade perdida de Heraclion, submersa há 1,2 mil anos. Os resquícios do navio de mais de 25 metros de comprimento estavam cobertos por cerca de 5 metros de lama sólida no fundo do mar.
Frank Godeu, chefe da missão arqueológica da IEASM, confirmou em comunicado publicado no Facebook que o achado é muito raro, dado que embarcações de origem grega, como é o caso do veículo náutico, eram quase desconhecidas até a descoberta recente do navio Boniqi Marsala, cujo naufrágio ocorreu em 235 a.C.
Arqueólogos realizaram uma expedição subaquática na Baía Qir, na cidade de Alexandria – Foto: Reprodução/Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook
A embarcação recém-encontrada tinha estilo clássico e design idealizado para navegar no rio Nilo. Movido a vela, o grande barco apresentava enormes estruturas de remos e mastro, com características típicas de outros navios construídos no Antigo Egito.
A previsão era de que a embarcação atracasse em um canal que fluía ao longo de um templo egípcio, mas o barco não chegou ao seu destino e afundou, conforme conta Mustafa Waziri, secretário-geral do Conselho Superior de Arqueologia do Egito. No decorrer do incidente, blocos de pedra do antigo local de culto caíram, fazendo com que o navio ficasse submerso junto aos destroços do recinto religioso.
A outra descoberta, o cemitério grego, estava na entrada de um canal na região nordeste de Alexandria. Segundo os especialistas envolvidos, o sepulcrário indica a existência de um grupo de comerciantes gregos que viveram na região egípcia.
A população da época acreditava na vida após a morte e também estabelecia muitos templos funerários próximos a um santuário principal, dedicado ao deus Ámon, entidade associada ao vento. Não por acaso, foram achados alguns artefatos, que apontam para o surgimento desses templos.
Artefato encontrado durante a expedição realizada pelo Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM) no Egito – Foto: Reprodução/Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook
Contudo, a região onde estão os achados é muito afetada por desastres naturais como terremotos e ondas de maré. Como resultado, Heraclion afundou há milhares de anos sob o mar, assim como a cidade de Canopo. O passado de ambas foi investigado pela última vez em expedições do IEASM nos anos de 1999 e 2001.
Item descoberto pelos arqueólogos durante mergulhos na região da cidade de Alexandria, no Egito – Foto: Reprodução/Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook
Valedoitaúnas (Revista Galileu)