‘Não tem cabimento fazer uma fraude de 1000%’, diz Bolsonaro
28 de junho de 2021Para presidente, polêmica em torno do contrato de compra da Covaxin não passou de erro, que foi corrigido nos dias seguintes
Bolsonaro durante entrevista coletiva ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro rebateu, na manhã desta segunda-feira (28), as acusações de corrupção por causa do contrato de compra da vacina indiana Covaxin, alvo do Ministério Público Federal e da CPI da Covid no Senado. Para o presidente, houve apenas um erro administrativo no contrato, corrigido nos dias seguintes à visita do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que o alertou sobre supostas irregularidades no trâmite da empresa com o Ministério da Saúde.
"Aquela história de 1000% de superfaturado, quem entende um pouquinho não vai querer fazer uma fraude em 1000%, não tem cabimento, qualquer idiota iria perceber. Então, cada frasco – são 3 mil frascos – são 5 ml. E a dose para cada vacina é de 0,5 ml, então cada frasco são 10 vacinas. Então são 3 milhões. E foi corrigido nos dias seguintes ao que o cara [deputado Luís Miranda] esteve aqui, porque aqui vem tudo quanto é tipo de gente", explicou Bolsonaro.
O presidente reafirmou que seus opositores inventaram a "corrupção virtual". "Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo. A emenda [que viabilizou a importação] da Covaxin veio deles, do Randolfe [vice-presidente da CPI] como relator, do irmão do Renan [deputado Renildo Calheiro, PCdoB-PE] se do próprio Omar Aziz [presidente da comissão]".
Para o presidente, seu governo é perseguido. "Eles querem o Brasil como era antigamente e viver na impunidade. Então estão fazendo coisa para eles bastante certa. Estão de parabéns com os objetivos deles", disse.
Na sequência, voltou a defender a adoção do voto impresso nas eleições de 2022. "Não mudamos o Brasil se não tivermos um sistema eletrônico confiável. Tiraram o cara [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] da cadeia, tornaram elegível para ser presidente na fraude. E a fraude é esse sistema de votação que está aí. Podem ver as articulações para que não haja o voto impresso", disse.
Ricardo Barros
O deputado federal e líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), se defendeu, ontem, nas redes sociais após ser citado na CPI da Covid como o deputado que o próprio presidente Jair Bolsonaro apontou como responsável por suposto esquema na compra irregular da vacina indiana Covaxin.
“Não participei de nenhuma negociação em relação a compra das vacinas Covaxin. ‘Não sou esse parlamentar citado’ (sic). A investigação provará isso”, escreveu em suas redes sociais.
A citação a ele veio do depoimento desta sexta-feira (25) na CPI, do também deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Segundo o parlamentar, ele teria recebido as informações de seu irmão: o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda, com quem teria ido a reunião presencial com Bolsonaro para denunciar o caso.
No encontro, segundo o deputado Miranda, o presidente teria reagido a denúncia apontando o deputado Ricardo Barros como responsável pela compra irregular de 300 mil doses da Covaxin. Ainda de acordo com o deputado, o presidente então teria prometido pedir investigação à Polícia Federal do caso.
Valedoitaúnas/Informações R7