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Não há indicação de que falha em avião de Lula foi causada por animal, diz comandante da FAB

04 de outubro de 2024

Tenente-brigadeiro defendeu compra de aeronave presidencial; pane de terça (1º), ao decolar da Cidade do México, é investigada

Não há indicação de que falha em avião de Lula foi causada por animal, diz comandante da FABNão há prazo para relatório preliminar, diz comandante – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, declarou nesta quinta-feira (3) não haver indicação de que a falha no avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça (1º), no México, tenha sido causada por animais. Logo após decolar da Cidade do México, onde Lula participou da posse da presidente mexicana Claudia Sheinbaum, foi identificado um problema técnico na aeronave presidencial que forçou o avião a voltar ao aeroporto de origem. Para gastar combustível e pousar em segurança, o avião voou em círculos por cerca de cinco horas.

Segundo o comandante, não houve desligamento de motor nem de turbinas da aeronave. “Não descartamos a hipótese de ter tido ingestão de pássaro. A aeronave tinha acabado de recolher o trem de pouso. É uma altitude que, normalmente, pode ter ingestão de pássaro, mas não temos nenhuma indicação. Não há sangue, pena, nada que ainda tenhamos identificado. Ao abrir o motor, pode surgir. Então, estamos verificando para o relatório preliminar, que é a sequência normal de uma investigação”, afirmou Damasceno a jornalistas, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado à FAB (Força Aérea Brasileira), investiga o episódio. “O Cenipa é o órgão responsável por verificar qualquer ocorrência fora da normalidade de um voo. Já estamos com dois técnicos lá [no México]. Não há prazo para o relatório preliminar, [mas] tão logo tenha posição, informaremos, porque não há o que esconder”, completou Damasceno.

O comandante aproveitou para defender a compra de uma nova aeronave presidencial. O Airbus A319, chamado de VC-1 pela FAB, é o avião do chefe do Executivo brasileiro desde 2005.

“Pessoalmente defendo [a compra]. Esse avião completa, em 5 de janeiro [de 2025], 20 anos. O avião é muito seguro, mas tem uma autonomia que nos atende em parte. Um país como o nosso, uma potência mundial, deve ter um avião maior, que tenha mais autonomia e espaço para levar o mandatário do país”, destacou.

“Anomalia técnica”

Após a entrevista de Damasceno, a Força Aérea divulgou uma nota de esclarecimento escrita pelo comandante da Aeronáutica sobre o episódio. Segundo o texto, “a aeronave experimentou uma anomalia técnica após a decolagem, resultando em alta vibração em uma das turbinas”, e “a tripulação imediatamente adotou todas as medidas de segurança recomendadas, mantendo o controle total da aeronave e da situação”.

“Nosso compromisso com a segurança de voo é inegociável e seguimos diretrizes que garantem que qualquer eventual anomalia técnica seja tratada com agilidade e precisão. Dessa forma, uma equipe do Cenipa já se encontra no México para extração e análise dos dados deste voo. Enfatizo, ainda, a excelência deste Centro e de seus profissionais, que receberam em 2024 o grau máximo de conformidade com os protocolos internacionais de investigação, em auditoria também realizada pela OACI. Apenas o Brasil e a França atingiram esse grau”, diz o texto assinado por Damasceno.

O comandante da Aeronáutica defendeu a tripulação do voo presidencial. “É fundamental destacar o mais elevado nível de preparo e treinamento das nossas tripulações. O efetivo do Grupo de Transporte Especial, Organização Militar com mais de 70 anos de história conduzindo os que conduzem a nação, passa por uma extensa e rigorosa seleção, que leva em conta, além do seu perfil psicossocial, sua experiência profissional e operacional”, afirmou.

“Além disso, possuem vasta experiência e são devidamente certificados pelos mais rigorosos critérios internacionais de segurança. Não obstante, são submetidos, ainda assim, a uma rígida rotina de treinamentos, incluindo simuladores de voo e reuniões constantes para troca de experiências”, acrescentou.

“Por isso, após seguirem os protocolos de operação previstos e o necessário gerenciamento de combustível, mantiveram a aeronave em circuito de espera até que esta estivesse em condições de realizar o pouso em segurança”, completou Damasceno.

(Fonte: R7)



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