‘Não existe prorrogação de auxílio emergencial’, diz ministro Paulo Guedes
24 de novembro de 2020Segundo ele, há pressão política para estender benefício, mas risco de segunda onda é baixo
Guedes minimiza possibilidade de uma segunda onda- Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer nesta segunda-feira que "não existe" possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial. Ele afirmou, no entanto, que o governo pode ter que reagir em caso de segunda onda, mas considera esse risco baixo.
"Do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer, é evidente que tem muita gente já falando em segunda onda. Nós estamos preparados para reagir qualquer evidência empírica. Se o Brasil tiver de novo 1 mil mortes (por dia), nós já sabemos como reagir", disse o ministro, em evento virtual com investidores.
Nos últimos dias, Guedes tem negado a possibilidade de estender o pagamento do benefício. Ele já havia dito o mesmo no início de outubro, mas vem sendo questionado nas últimas semanas sobre o assunto, diante do aumento do número de casos de Covid-19 no país.
O Brasil tem 169.205 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h desta segunda-feira, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
No domingo, às 20h, o balanço indicou 169.197 mortes, 181 em 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos sete dias foi de 484. A variação foi de +43% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nas mortes pela doença.
Já para o número de casos, a média móvel nos últimos sete dias foi de 29.976 novos diagnósticos por dia, uma variação de +71% em relação aos casos registrados em duas semanas.
Reação do mercado financeiro
Diante dos números, Guedes chegou a dizer para supermercadistas – preocupados com o poder de compra das famílias – que a decisão de prorrogar o auxílio era uma certeza em caso de segunda onda.
No entanto, passou a frisar que considera esse risco baixo após a reação negativa de analistas do mercado financeiro, que temem o efeito da medida sobre as contas públicas. A declaração mais enfática sobre isso foi dada nesta segunda, quando o ministro negou a possibilidade de aumento sustentado de casos.
A prorrogação do auxílio emergencial obrigaria o governo a romper o teto de gastos em 2021 ou forçaria a reedição do decreto de estado de calamidade, com impacto direto sobre aumento do endividamento.
Valedoitaúnas/Informações iG