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Na mira de Bolsonaro, Petrobras terá novos diretores e presidente nesta segunda-feira (12)

12 de abril de 2021

Assembleia de acionistas vai escolher se o nomeado por Bolsonaro vai ou não assumir o comando da estatal

Na mira de Bolsonaro, Petrobras terá novos diretores e presidente nesta segunda-feira (12)Assembleia de acionistas da Petrobras escolhe novos diretores e presidente da estatal nesta segunda-feira, 12 de abril – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os acionistas da Petrobras se reúnem nesta-segunda-feira (12) em Assembleia Extraordinária para escolher os novos integrantes dos Conselhos de Administração e Fiscal da estatal em meio a incertezas quanto ao futuro da empresa.

Na lista de questões a serem resolvidas estão a condução da política de preços de combustíveis, a continuidade da venda de ativos, os investimentos para além do pré-sal e a composição da nova diretoria. O encontro virtual começa nesta segunda-feira às 15h.

A crise na Petrobras começou em fevereiro, quando o presidente Jair Bolsonaro demitiu Roberto Castello Branco do comando da estatal, após o executivo autorizar o aumento dos preços da gasolina e do diesel. A medida desagradou os caminhoneiros, categoria que integra base de apoiadores do presidente.

Para o lugar de Castello Branco, Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna, que já é alvo de um processo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na assembleia desta segunda-feira, os acionistas vão escolher oito novos membros para o Conselho de Administração. Como esses oito foram eleitos no ano passado pelo sistema de voto conjunto, quando um deles deixa o posto, todos os outros precisam ser reeleitos.

Na pauta da assembleia, os acionistas vão destituir formalmente Castello Branco, eleger esses oito membros via sistema de voto conjunto novamente e depois votar para escolher o presidente do Conselho da estatal.

Entre os oito indicados está o general Silva e Luna. Pelas regras, ele precisa ser aprovado para a vaga de conselheiro. Após essa etapa, o Conselho da estatal vai se reunir para nomear o general como presidente da petroleira.

Ao todo, a União indicou oito nomes, muitos deles inéditos para o Conselho, após os atuais membros informaram que não tinham intenção de continuar. Além disso, os acionistas minoritários indicaram quatro nomes pela primeira vez na história na estatal.

Hoje, o Conselho da Petrobras é composto por 11 membros, dos quais sete são indicados pela União, três são representantes dos minoritários e um é indicado dos empregados.

A Petrobras poderá ter, pela primeira vez na história, quatro representantes de acionistas minoritários e a União com o mínimo de seis cadeiras. Porém, os acionistas vinham articulando nos bastidores tentar elevar o total de assentos de 11 para 13 como forma de ganhar mais voz dentro da empresa.

Veja os principais desafios do próximo presidente da estatal

1. Política de preços:

Especialistas e fontes acreditam que a política de preços de combustíveis pode passar por alterações. Hoje, dizem eles, a estatal vem acompanhando, quase em tempo real, as variações das cotações do petróleo e do dólar no exterior. Assim, desde janeiro, a gasolina acumula alta de 40%; e o diesel subiu 30%.

2. Mercado de gás:

Semana passada, quando a Petrobras anunciou alta de 39% no preço do gás canalizado para as distribuidoras, Bolsonaro voltou a criticar o aumento.

Embora a Nova Lei do Gás tenha passado pelo Congresso e a estatal tenha assinado acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), especialistas lembram que as empresas privadas não conseguem acessar os espaços ociosos dos gasodutos, o que poderia reduzir os preços.

Hoje, mesmo com a venda desses gasodutos, a Petrobras tem contrato de uso dessas redes com as empresas que compraram esses ativos, e as negociações com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não avançam.

3. Venda de ativos:

No fim de março, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o Mubadala, fundo de investimentos dos Emirados Árabes. O fundo vai pagar US$ 1,65 bilhão pela unidade.

Agora, a dúvida é se a nova gestão vai manter o cronograma de venda de ativos como forma de reduzir o endividamento. A meta da estatal hoje é se desfazer entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões até 2025.

4. Investimento além do pré-sal:

Há uma expectativa que a nova gestão da empresa volte a fazer investimentos além do pré-sal, desenvolvendo projetos em diferentes partes do Brasil. Para os próximos anos, a Petrobras pretende fazer investimentos anuais entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões.

5. Nova diretoria:

Quatro dos oito diretores informaram que não têm interesse em renovar seus mandatos, que foram encerrados no último dia 20 de março. Joaquim Silva e Luna vai precisar escolher novos nomes para áreas como financeira, de comercialização, exploração e refino.

Valedoitaúnas/Informações iG



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