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Na Itália, tudo fechado; ruas vazias e medo nas casas com o coronavírus

25 de fevereiro de 2020

Entre as medidas extraordinárias, válidas até dia 1º, há restrição na circulação entre as cidades afetadas, fechamento de 5.500 escolas, além de creches, teatros, cinemas e museus

Na Itália, tudo fechado; ruas vazias e medo nas casas com o coronavírusFoto: Divulgação

Máscaras, ruas vazias e espaços públicos com eventos cancelados, incluindo missas. A apreensão cresce na Itália no ritmo da divulgação de novos casos. Há três anos em Milão, o primeiro contato da jornalista brasileira Mari di Pilla com a situação se deu na quinta-feira (20), durante um desfile na semana de moda local. “Já se comentava bastante, mas ninguém ainda usava máscara. No dia seguinte, tudo mudou e o uso se generalizou. Até que no domingo (23) dois desfiles importantes foram cancelados”, conta ela.

Na Itália, tudo fechado; ruas vazias e medo nas casas com o coronavírusFoto: Divulgação

Um decreto do Ministério da Saúde, com disposições específicas e destinadas aos residentes da Lombardia, foco do surto em 11 cidades, cancela eventos e pede às pessoas um “toque de recolher voluntário”, ao “evitar frequentar lugares superlotados e de participar de manifestações”.

Entre as medidas extraordinárias, válidas até dia 1º de março, há restrição na circulação entre as cidades afetadas, fechamento de 5.500 escolas, além de creches, teatros, cinemas e museus. Anteontem, o chefe da região do Vêneto, Luca Zaia, suspendeu até o tradicional carnaval de Veneza.

Na Itália se fala de tudo e de modo confuso: isolamento, fechamento de escolas, cinemas, teatros. Mas a cada nova notícia, o resultado é o mesmo, com as pessoas correndo para estocar comida.

Mas até as missas estão canceladas no norte da Itália. Enterros e casamentos podem ser celebrados, mas somente com a presença dos parentes próximos. A Igreja até sugere assistir missas pela TV. Padre Gabriele Bernardelli, pároco da cidade de Castiglione d’Adda, dirigiu uma mensagem comovente aos fiéis. “Percebemos a nossa impotência e, por isso, gritemos a Deus a nossa surpresa, o nosso sofrimento, o nosso temor”.

OMS

Na Itália, tudo fechado; ruas vazias e medo nas casas com o coronavírusFoto: Divulgação

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na segunda-feira (24) que “temos de frear a epidemia” o mais rápido possível, pois o vírus do Covid tem potencial pandêmico. Oficialmente, está mantido o status de emergência sanitária internacional para o vírus.

Por enquanto, o que difere o atual momento do que ocorreu na pandemia de gripe aviária, em 2009, é a abrangência. “Não há complicações graves ou mortes em larga escala”, observou o especialista.

Além disso, grande parte dos casos continua ligada à China.

Brasil

O Ministério da Saúde adicionou na segunda-feira (24) mais oito países na lista de alerta do novo coronavírus, incluindo Itália, Alemanha e França. Além desses, entram no rol do governo Austrália, Filipinas, Malásia, Irã e Emirados Árabes. Isso significa que serão considerados suspeitos da doença passageiros que estiveram nesses locais e apresentem sintomas, como febre forte e tosse. O registro de sete mortes na Itália, além de quarentena em 11 cidades do país, elevou o alerta global.

Medidas

O governo está em fase final de compra de equipamentos, como máscaras e luvas. Já a contratação de mil leitos em hospitais, anunciada em janeiro, ainda está em análise.

O governo corre para garantir a compra de imunoglobulina, usado em pacientes com imunidade baixa e para amenizar efeitos de infecções. A ideia é trazer o produto emergencialmente da China e da Coreia do Sul, mas a finalização da importação espera aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para Alberto Beltrame, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o País está preparado para eventual chegada do vírus. “Já estão identificados os hospitais e, se a doença evoluir, providências serão tomadas”.

Valedoitaunas/Informações do jornal O Estado de S. Paulo



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