Mundo tem mais de 17 mil mortes e quase 400 mil infectados
24 de março de 2020Japão anuncia o adiamento da Olimpíada de Tóquio por um ano. Número de mortes por Covid-19 ultrapassa os 17 mil. Britânicos iniciam período de confinamento de três semanas
Olimpíadas em Tóquio, no Japão, foram adiadas por um ano – Foto: Jae C. Hong/AP Photo
A Olimpíada de Tóquio, no Japão, será adiada por um ano. O início estava previsto para 24 de julho de 2020, mas ficará apenas para 2021, em função da pandemia espalhada pelo planeta. O anúncio foi feito pelo Japão nesta terça-feira (24), após reunião entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. O Japão já vinha sendo pressionado por outros países, como Canadá e Austrália, para adiar os Jogos.
Mais de 17 mil pessoas morreram em todo o mundo em função de complicações relacionadas ao novo coronavírus, de acordo com contagem da universidade Johns Hopkings. Até às 11h30 desta terça, foram registradas 17.241 mortes e 395.647 contaminados ao redor do planeta.
Duas pessoas caminham na Estação Waterloo, em Londres, nesta terça-feira (24) – Foto: Matt Dunham/AP
Os britânicos iniciam nesta terça o período de confinamento de três semanas anunciado pelo premiê Boris Johnson. Eles só poderão se deslocar para ir ao trabalho, caso não possam realizá-lo remotamente, para comprar itens essenciais ou para atender necessidades médicas próprias ou de pessoas vulneráveis. O Reino Unido já registrou mais de 335 mortes e 6,6 mil casos confirmados de infecção pelo Sars-Cov-2.
A França entrou em "estado de emergência sanitária" por dois meses. A medida, aprovada pelo parlamento no domingo, permite o confinamento e limita as liberdades de deslocamento e de reunião. A violação das normas pode ser punida com multa de 135 euros, que pode chegar até a 3.700 euros. Caso haja quatro violações em 30 dias, está previsto pena de no máximo seis meses de prisão.
Lixeiros trabalham em Paris no oitavo dia de isolamento devido ao coronavírus, em 24 de março de 2020 – Foto: Eric Piermont/ AFP
As últimas notícias de terça-feira (24):
- Itália chega a seis mil mortes e libera drones para monitorar movimento nas ruas
- Território italiano pode ter dez vezes mais casos do que os contabilizados
- Espanha registra mais de 500 mortes em menos de 24 horas
- Havaí e Laos registram as primeiras vítimas fatais de Covid-19
- OMS diz que EUA podem virar epicentro da doença no planeta
- Austrália projeta 50 mil casos em seu território até a Páscoa
- Indonésia cancela exame nacional e afeta 8 milhões de estudantes
- Irã mantém metade dos trabalhadores estatais em casa
- Bolsonaro diz que conversou com presidente da China
- Presidente suspende prazos de atendimento à Lei de Acesso à Informação
OMS diz que a transmissão da Covid-19 está acelerada em todo o mundo
Itália e Espanha seguem em alerta – Foto: Reprodução
País da Europa mais afetado pelo novo coronavírus, a Itália segue com aumento no número de casos, a maioria deles na região da Lombardia. Atualmente, são quase 64 mil contaminados em território italiano e 6.077 mortes.
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ENAC) autorizou o uso de drones para monitorar o movimento das pessoas nas ruas italianas. O objetivo é conter a circualação dos cidadãos para conter a disseminação da doença. O país vive em quarentena severa e as pessoas que violarem as regras de restrição estão sujeitas a seis meses de prisão e multa.
E a Itália pode ter dez vezes mais casos do que os certificados oficialmente, de acordo com Angelo Borrelli, chefe da agência de proteção civil italiana, em entrevista ao jornal La Repubblica. Isso significaria mais de meio milhão de infectados em território italiano (630 mil). Também ajudaria a explicar a alta taxa de mortalidade no país em comparação com outros do mundo. De acordo com a OMS, em 22 de março, a taxa era de 9%. Se fossem mais de 600 mil contaminados, seria de 0,9%.
Coliseu, em Roma, na Itália, durante a quarentena no país – Foto: Alessandra Tarantino/AP Photo
A Espanha registrou 514 mortes nas últimas 24 horas. São 2.696 vítimas fatais de Covid-19 no país, de acordo com o Ministério da Saúde. São quase 40 mil contaminados (39.673 pessoas). O país tem se esforçado para ampliar a realização de testes em seu território.
Deste total, os profissionais de saúde representam 14% do total de casos em território espanhol registrados nas últimas horas. Número acima dos 12% da última segunda-feira. São 5.400 infectados.
Pelo mundo
Uma porta-voz da Organização Mundial da Saúde disse que a aceleração muito grande de casos nos Estados Unidos pode transformar o país no epicentro do surto nas próximas semanas. São 46.450 casos registrados e 125 mortes só na cidade de Nova York.
O Havaí registrou a primeira morte por Covid-19 em seu território e o Laos as primeiras duas.
Metade dos trabalhadores estatais do Irã ficarão em casa nos próximos dias, disse o presidente Hassan Rouhani, enquanto o número de mortes por Covid-19 no país se aproxima de 2 mil. Outra medida para tentar conter o surto é a liberação temporária de prisioneiros até dia 18 de abril. De acordo com porta-voz do Ministério de Saúde, 122 mortes foram registradas nas últimas 24 horas, chegando a um total de 1.934. São 24.811 contaminados, 1.762 nas últimas horas.
A polícia francesa evacuou um acampamento com centenas de imigrantes em uma rua ao norte de Paris. A medida visa conter a disseminação do coronavírus na região. Os imigrantes foram levados em ônibus a ginásios e hotéis. De acordo com o prefeito Michel Cadot, são mais de 500 camas disponíveis para quem dorme na rua. No acampamento, viviam de 300 a 600 pessoas. Serão realizados testes para saber se algum está infectado com o novo coronavírus.
A Romênia entrará em bloqueio total a partir desta quarta-feira, de acordo com o presidente Klaus Iohannis. O exército nacional já foi acionado para ajudar a aplicá-lo as medidas de restrições no país, que já estava em estado de emergência e com toque de recolher noturno em vigor. Os romenos só poderão deixar suas casas para irem ao mercado ou farmácia (durante o dia), além de deslocamento para funções essenciais. Pessoas com mais de 65 anos estão proibidas de sair.
Especialistas alertaram que a Austrália poderá registrar 50 mil casos até a Páscoa (atualmente, são pouco mais de 2 mil casos). O primeiro-ministro Scott Morrison anunciou novas restrições. As proibições incluem casas de leilão, praças de alimentação em shoppings, estúdios de tatuagem, entre outros. Cabeleireiros e barbeiros podem funcionar desde que o cliente entre e saia a cada 30 minutos.
Com 130 mortes por Covid-19 registradas até a manhã desta terça, a Alemanha passou dos 30 mil contaminados. Atualmente, são 30.150 pessoas com a doença em território alemão.
A Indonésia cancelou o próximo exame nacional por medo da disseminação do novo coronavírus. A medida afetará ao menos oito milhões de estudantes, de acordo com o ministro da educação, Nadiem Makarim. O país do sudeste asiático registrou 686 pessoas contaminadas e 55 mortes. As provas seriam realizadas em 30 de março e 20 de abril.
No Brasil
O presidente Jair Bolsonaro informou pelas redes sociais que conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping. De acordo com Bolsonaro, os dois líderes trocaram "informações e ações" sobre o novo coronavírus.
A ligação ocorre em meio à crise diplomática provocada por críticas ao governo chinês feitas por um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que culpou a China pela pandemia de coronavírus. As falas foram rebatidas pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
Bolsonaro editou uma Medida Provisória que suspende prazos de pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo o texto, em meio à pandemia do novo coronavírus, a suspensão vale para demandas feitas a órgãos ou entidades da administração pública cujos servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou equivalentes e que, necessariamente, dependam de:
- acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou
- agente público ou setor prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Valedoitaunas/Informações G1