Mulheres ficam com lesões no pulmão após procedimento na sobrancelha
29 de abril de 2024Reação ao pigmento nas sobrancelhas demorou, surgindo apenas três anos após o procedimento em um dos casos. Médicos pedem acompanhamento
Foto: Divulgação
Duas mulheres desenvolveram lesões no pulmão após realizarem procedimentos estéticos de micropigmentação nas sobrancelhas. Os dois casos são os primeiros relatos de sarcoidose sistêmica devido à técnica de micropigmentação.
A sarcoidose é uma doença inflamatória que leva à formação de pequenas lesões em diversos órgãos ou tecidos. Nos casos de sarcoidose sistêmica, o pulmão costuma ser o mais afetado, com um endurecimento de seus tecidos que pode dificultar a respiração. A condição pode ser causada por diversos fatores, desde o contato com pesticidas a mofos e bolores.
O procedimento de micropigmentação é semelhante ao de uma tatuagem, consiste na aplicação de uma tintura especial nas camadas mais profundas da pele. Para os médicos, os casos das pacientes, ambas com 33 anos, revelam que a tintura injetada pode acabar estimulando respostas inflamatórias que levam à doença.
Médicos pedem que se faça acompanhamento mais frequente
A história das pacientes foi detalhada no Journal of Medical Case Reports em 2 de abril, elas tinham placas vermelho alaranjadas na região onde o procedimento foi realizado, o que indicou a inflamação. Em um dos casos, o diagnóstico veio seis anos após o procedimento (com 3 anos convivendo com as manchas), no outro demorou 12 meses.
Em ambos os casos, as pacientes foram tratadas com corticoides. A primeira teve de tomar os remédios por dois anos até que o tecido dos pulmões se recuperou. A segunda obteve melhoras após 40 semanas de uso do remédio.
Já se sabe que procedimentos de micropigmentação de sobrancelhas ou mesmo as tatuagens podem levar a sintomas de sarcoidose na pele, mas não havia sido documentada a possibilidade de uma lesão sistêmica a partir do procedimento.
Os médicos que atenderam as pacientes reconhecem que a possibilidade de lesão desse tipo é rara, mas pedem que esteticistas informem seus pacientes do risco e orientem para acompanhamentos médicos regulares com dermatologistas.
(Fonte: Metrópoles)