Mulher trans é assassinada para não testemunhar em júri da morte do namorado, diz polícia
24 de maio de 2022Vítima foi morta no dia 2 de maio e seria testemunha de acusação no júri, marcado para o dia 4. Namorado dela foi executado com um tiro na nuca em 2018, enquanto eles estavam tendo relação sexual. Na época, ela conseguiu escapar dos tiros e reconheceu os suspeitos
Anna Maria Max de Souza foi assassinada para não testemunhar em júri da morte do namorado – Foto: Reprodução/Rede social
Quatro suspeitos de envolvimento na morte de uma mulher transexual foram presos, nesta segunda-feira (23), durante uma operação. As prisões foram divulgadas pela Polícia Civil nesta terça (24).
Segundo o chefe da 9ª Delegacia Regional de Itapemirim (ES), delegado Djalma Pereira Lemos, a vítima, Anna Maria Max de Souza, de 28 anos, foi alvo de vários tiros na madrugada do dia 2, no bairro Maraguá, em Itapemirim. Ela foi encontrada abandonada e sem documentos de identificação.
Os suspeitos foram presos em Anchieta, Marataízes e Araruama.
"Realizamos a identificação da vítima, por meio de coleta de depoimento de testemunhas e familiares, e depois identificamos o veículo utilizado pelos suspeitos para levar a mulher ao local de sua execução. A vítima, ao sair com os autores do crime, temia ser morta e ligou para um familiar, avisando que estaria saindo com pessoas suspeitas", disse o delegado.
De acordo com o delegado, a mulher foi atraída de Anchieta, na mesma região, e levada para Itapemirim, onde foi executada e abandonada.
"A vítima seria testemunha de acusação, em um júri que seria realizado no dia 4 de maio, a respeito de um homicídio de 2018, que ocorreu na Ilha do Gambá, em Piúma. No dia do crime, o parceiro dela foi executado com um tiro na nuca enquanto eles estavam tendo relação sexual. Na época, ela conseguiu escapar dos tiros e reconheceu os suspeitos. Ela foi morta para que não testemunhasse nesse processo", explicou o delegado.
Ainda segundo Lemos, cinco suspeitos do crime foram identificados.
"Dois irmãos pistoleiros de Araruama, no Rio de Janeiro, que vieram ao estado a pedido e intermédio de seu irmão de criação que morava em Marataízes, um segurança que trabalhava em uma loja comercial e tinha um terreno próximo ao local onde a mulher foi morta. Os três ainda contrataram uma quarta pessoa, dona do veículo utilizado no crime. O quinto envolvido seria o pai do ex-companheiro da mulher, morto em 2018. Ele não aceitava o relacionamento dos dois", contou.
Os presos responderão por homicídio qualificado, segundo a Polícia Civil. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
De acordo com o delegado, as investigações continuam com intuito de prender o quinto suspeito, que está foragido.
Valedoitaúnas (g1 ES)