Mulher que ficou 43 anos presa injustamente ganha liberdade
21 de julho de 2024Sandra Hemme cumpriu todo esse tempo por um assassinato que não cometeu
Sandra Hemme foi presa depois de ter confessado o crime sob condições não confiáveis – Foto Reprodução/CNN
Sandra Hemme, uma mulher de 64 anos que ficou presa injustamente por 43 anos, foi solta nesta última sexta-feira, 19, nos Estados Unidos. Hemme estava cumprindo pena de prisão perpétua pela morte de Patricia Jeschke, funcionária de uma biblioteca, em 1980. As informações são da agência de notícias Associated Press.
A pena foi mantida ao longo de todos esses anos apesar de a Justiça não ter encontrado testemunhas nem uma possível motivação que a ligasse ao crime. Em 14 de junho deste ano, um juiz decidiu que os advogados apresentaram provas claras e convincentes da inocência da acusada.
Ao sair da prisão, ela se reencontrou com a família, uma irmã, filha e a neta. Você era apenas um bebê quando sua mãe me enviou uma foto sua, disse ela à neta. Você parecia exatamente como sua mãe quando era pequena e ainda parece com ela.
Sandra cumpria uma sentença de prisão perpétua no Centro Correcional de Chillicothe. Foi muito fácil condenar uma pessoa inocente e muito mais difícil do que deveria ser para libertá-la, disse o advogado de Hemme, Sean O'Brien. Não deveria ser tão difícil libertar uma pessoa inocente”, acrescentou.
Prisão
Hemme foi presa depois de ter confessado o crime sob condições não confiáveis. Na época, ela prestou depoimento à polícia enquanto fazia tratamento em um hospital psiquiátrico e era forçada a tomar medicamentos que alteravam o seu juízo mental e senso de autonomia.
A única prova que ligava Hemme ao crime eram suas próprias declarações inconsistentes e desmentidas, declarações que foram feitas enquanto ela estava em crise psiquiátrica e com dores físicas, escreveu o juiz Ryan Horsman na decisão que o libertou.
O magistrado também destacou que as evidências que implicavam o policial eram tão significativas que “seria difícil imaginar que o Estado pudesse provar a culpa de Hemme além de uma dúvida razoável com base no peso das provas agora disponíveis que ligam [o policial] Holman a essa vítima e ao crime e excluem Hemme”.
A libertação sofreu resistência do procurador-geral do Missouri, Andrew Bailey, que buscou mantê-la na prisão. O juiz chegou a ameaçá-lo, afirmando que se ela não fosse solta até a próxima terça-feira, seu escritório seria processado por desacato.
(Fonte: Terra)