Mulher mantida como escrava sexual por 31 anos foge de cativeiro
12 de fevereiro de 2020Imagem: Kittisak Jirasittichai/EyeEm/Getty Images
Uma mulher, que foi mantida por 31 anos dentro de um apartamento, conseguiu fugir do cativeiro. A fuga aconteceu há um mês na Venezuela e foi divulgada pelo site Cronica Uno, ganhando espaço também em portais europeus como o Independent.
O responsável pelo crime é Matias Salazar, de 56 anos. Ele foi acusado de violência sexual, escravidão sexual e violência psicológica contra Morella (nome fictício), que hoje tem 49 anos e serviu como escrava sexual do homem. Os dois mantiveram um relacionamento antes do sequestro.
Morella passou todo este tempo trancada no 4º andar de um prédio na avenida Constitución de Maracay, no estado de Aragua.
Segundo o Cronica Uno, ela vivia sozinha não conseguia ver a luz do dia nem olhar pela janela. As suas únicas atividades eram ouvir rádio e assistir a programas regionais na televisão. Salazar aparecia apenas para dar comida e abusá-la sexualmente.
O local onde a mulher estava tinha “cortinas grossas” que “não emitiam ruídos”, de acordo com o site. Mesmo quando Morella conseguia gritar a ponto de um vizinho ouvir, Salazar creditava o barulho à faxineira.
Início do terror
Morella engatou um relacionamento com Salazar quando tinha 17 anos – na época, ele tinha 23.
Apesar dos avisos da família citando que o homem seria “agressivo”, ela foi persuadida por Salazar a morar com ele, que prometia “lutar pelo seu amor”.
No início, os dois passaram um tempo em um hotel, e depois Morella foi levada ao cativeiro. Ela tinha medo de morrer caso reagisse na frente de Salazar.
Durante os 31 anos, o homem, segundo testemunhas, morou em um prédio na mesma avenida com outra mulher, com quem teve uma filha.
A fuga
No último dia 24 de janeiro, a mulher seguiu a rotina de verificar se as chaves deixadas por Salazar abriam as portas do apartamento.
Para sua surpresa, uma das chaves conseguiu destravar a porta e ela fugiu imediatamente.
Morella andou por duas horas e, apesar de não conhecer a cidade, chegou ao Instituto da Mulher de Aragua.
O órgão era de seu conhecimento porque, em uma das muitas vezes em que passou o dia ouvindo rádio, ela prestou atenção em um programa de violência contra as mulheres e decorou o nome da instituição.
Salazar, após a denúncia, foi preso pela polícia venezuelana.
Matias Salazar manteve uma mulher por 31 anos dentro de um apartamento – Imagem: Divulgação/Cronica Uno
Valedoitaunas/Informações do UOL