Lais Ariane Dias Eduardo, de 28 anos, foi ouvida e liberada pela Central de Teleflagrante, por ter se apresentado, espontaneamente, após o período de flagrante

Lais Ariane Dias Eduardo, 28 anos, foi ouvida e liberada pela Central de Teleflagrante – Foto: Reprodução/TV Gazeta

Uma atendente de supermercado confessou à polícia ter matado o primo dela, Diogo Fagner Eduardo, 25 anos, no dia 18 de junho, em Rio Marinho, Vila Velha, Grande Vitória. Após a confissão, policiais militares foram à casa onde o crime ocorreu e encontraram o homem amarrado, com uma sacola na cabeça e pescoço cortado.

Lais Ariane Dias Eduardo, de 28 anos, foi ouvida e liberada pela Central de Teleflagrante, por ter se apresentado, espontaneamente, após o período de flagrante na manhã desta quinta-feira (20).

De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, Lais disse que a motivação foi a herança de uma casa que pertencia ao Diogo e à avó dela, que morreu há um ano. A mãe da jovem foi quem pediu para que ela se entregasse.

"Na última noite (quarta-feira), ela me procurou pedindo ajuda e eu falei que o que ela tinha que fazer era se entregar. Eu não apoio jamais a atitude dela", disse a mãe de Lais, que não quis ser identificada.

Briga por herança

Segundo a Polícia Civil, Laís contou que a casa onde o crime aconteceu foi o pivô da briga entre ela e o primo. Diogo já morava na residência, que fica no bairro Rio Marinho, e continuou no imóvel mesmo após a morte da avó. A suspeita passou a morar no local havia dois meses e os dois brigavam frequentemente.

Diogo Fagner Eduardo, 25 anos, foi encontrado pela polícia amarrado, com uma sacola na cabeça e pescoço cortado – Foto: Reprodução/TV Gazeta

No sábado (15), após uma discussão, Diogo ateou fogo na parte da casa onde Lais morava. Depois disso, a mãe conta que a suspeita passou a ser ameaçada pelo primo.

“Ela mandou dois áudios dele para mim. Ele falou que ia botar fogo de novo. Na terça-feira, foi na casa pegar umas coisas, pegar roupas para os filhos. Ele apareceu e ela me falou que ele a ameaçou e eles entraram em luta corporal”, contou a mãe de Lais.

Casa foi incendiada após discussão de primos – Foto: Reprodução/TV Gazeta

Segundo a mãe da suspeita, Laís disse que foi agredida, tentou se defender do primo e que o matou para não ser assassinada.

Apesar de a família acreditar que Lais agiu em legítima defesa, a polícia acredita que ela não agiu sozinha.

Ouvida e liberada

Questionada sobre o assunto, a Polícia Civil disse que o corpo de Diogo foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.

Sobre a liberação da suspeita, a Polícia Civil esclareceu ainda que a legislação brasileira estabelece que a prisão de suspeitos só deve ocorrer em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão em aberto. No caso em questão, não se configurou nenhuma das duas ocasiões.

"Dessa forma, o depoimento foi coletado e a suspeita, liberada. Os requisitos para considerar o flagrante delito são estabelecidos pelo Código de Processo Penal e a Polícia Civil age dentro da legalidade", disse a nota.

(Fonte: g1 ES)