Mulher com orgasmos espontâneos descobre ter rara síndrome genital
24 de outubro de 2024A paciente procurou ajuda médica após sentir dormência, formigamento e uma dor descrita como “pontadas de agulha” na região genital
Foto: Getty Images
Uma mulher de 35 anos, que sofria com orgasmos espontâneos e formigamento na região genial, foi diagnosticada com a rara “síndrome genital inquieta”. O caso foi relatado no periódico Cureus.
A paciente, que não teve a identidade revelada, procurou ajuda médica após sentir dormência, formigamento e uma dor descrita como “pontadas de agulha” na região genital por aproximadamente seis meses.
O desconforto geralmente piorava quando ela tentava dormir. Inicialmente restritos à região genital, os sintomas logo se espalharam para as pernas, provocando uma sensação intensa de “picadas”.
Mesmo após diversas consultas com especialistas em neurocirurgia e ginecologia, além de sessões de fisioterapia e reabilitação, ela não obteve respostas claras sobre a origem de seus sintomas.
Com o passar do tempo, o problema deixou de ocorrer apenas à noite e passou a se manifestar também durante o dia, causando excitação sexual sem desejo voluntário e orgasmos inesperados, o que comprometeu seriamente a qualidade de vida dela.
Síndrome genital inquieta
A mulher realizou uma série de exames, incluindo avaliações neurológicas, ultrassonografia abdominal, ressonância magnética da pelve e exames de sangue e cérebro, mas todos apresentaram resultados normais.
Após várias investigações, os especialistas da Universidade Bahçeşehir, em Istambul, diagnosticaram a paciente com síndrome genital inquieta (SGI), uma condição rara similar à síndrome das pernas inquietas (SPI). Assim como a SPI, que causa formigamento nas pernas e uma necessidade intensa de movê-las, a SGI provoca sensações genitais desconfortáveis e incontroláveis.
“Decidimos tratar a paciente com medicamentos comumente usados para a síndrome das pernas inquietas, e a dosagem foi gradualmente aumentada até que os sintomas diminuíssem”, explicaram os autores no artigo publicado em 9 de junho.
Embora não exista um protocolo de tratamento específico para a doença, os médicos acreditam que o uso do medicamento teve efeitos positivos, e acreditam que “os sintomas eram uma manifestação atípica da SPI”.
Os especialistas destacam que em países mais conservadores, a falta de conhecimento sobre a doença pode causar vergonha e sofrimento considerável entre os pacientes e reforçam a necessidade de mais pesquisas sobre a condição, que afeta profundamente a vida de quem a enfrenta.
(Fonte: Metrópoles)