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MTST bloqueia vias em 8 estados por auxílio emergencial de R$ 600 e moradia

07 de maio de 2021

MTST bloqueia vias em 8 estados por auxílio emergencial de R$ 600 e moradiaMTST queima boneco representando Jair Bolsonaro em protesto por auxílio emergencial de R$ 600 – Foto: Comunicação/MTST

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) está promovendo bloqueios em avenidas e rodovias de oito estados na manhã desta sexta (7). Os manifestantes reivindicam o aumento do auxílio emergencial para R$ 600, a retomada dos investimentos em moradia popular que foram cortados no orçamento deste ano e a suspensão imediata dos despejos durante a pandemia.

Segundo o MTST, os bloqueios estão sendo realizados em:

  • São Paulo (na avenida Tiradentes, na ponte Eusébio Matoso e na ligação da rodovia Anchieta com avenida das Juntas Provisórias);
  • Porto Alegre (avenida Sertório);
  • Aracaju (avenida Heráclito Rollemberg);
  • Maceió (avenida Menino Marcelo);
  • Recife (BR-101);
  • Diamantina (no centro);
  • Goiânia (cruzamento da avenida Anhanguera com a avenida Goiás).
  • Rio de Janeiro, em local a confirmar.

"Ninguém aguenta mais. Chegou ao limite. Tem gente desempregada passando fome porque reduziram o auxílio emergencial. Tem gente sendo despejada por não conseguir pagar o aluguel", afirmou à coluna Guilherme Boulos, coordenador nacional do movimento.

Após ter sido interrompido no dia 31 de dezembro, o benefício foi retomado 96 dias depois, em 6 de abril, mas com valores de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 por domicílio. No primeiro semestre do ano passado, o auxílio começou com R$ 600/R$ 1200 por família, sendo reduzido para R$ 300/R$ 600 no segundo semestre. O número de mortos por covid-19 neste ano já é mais que o total de todo o ano passado.

Débora Lima, coordenadora estadual do MTST em São Paulo, que está no bloqueio da avenida Tiradentes, no centro da capital, reclama que as pessoas estão passando fome nas ocupações e comunidades atendidas pelo movimento.

"Esse novo auxílio pago pelo governo não dá nem para comprar uma cesta básica. A inflação está lá em cima, com o arroz, o feijão, o óleo de soja muito caros. O brasileiro não come mais mistura, nem consegue botijão de gás - tem gente que voltou a cozinhar a lenha", diz. "Estamos nessa manifestação, que é pacífica, por que não dá mais para ficar parado".

Ela também reclama que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cortou 98% do orçamento destinado à moradia dos mais pobres no país. "Isso é inaceitável e é também por isso que o MTST foi às ruas em oito estados hoje".

O governo federal quase zerou os recursos do orçamento para as obras de moradia voltadas a famílias de baixa renda no programa Minha Casa, Minha Vida que estão em andamento. Do R$ 1,5 bilhão previsto, sobraram R$ 27 milhões. Uma redução de mais de 98%. O corte atinge a antiga faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, com residências subsidiadas, para famílias com orçamento de até R$ 1.800 mensais.

O programa foi reorganizado pelo atual governo e chamado de "Casa Verde e Amarela". A mudança não é um simples rebatismo, pois abandona o subsídio para reduzir mensalidades das famílias pobres e focando-se no financiamento habitacional. Com isso, devem ser afetadas as obras em andamento, uma vez que não há mais contratação de novas moradias nessa faixa. Entidades que representam construtoras também criticam o corte.

De acordo com os organizadores, os manifestantes são membros do movimento e estão usando máscaras e sendo orientados pela brigada de saúde do movimento, composta de profissionais de saúde voluntários, para manter o distanciamento social e usar álcool gel.

Guilherme Boulos afirma que as manifestações desta sexta são o início de um processo de retomada de luta do movimento social.

Valedoitaúnas/Informações UOL



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