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MPF aciona a Justiça contra Ana Paula Valadão por declarações contra gays e pessoas com HIV

02 de maio de 2021

Além da pastora, uma emissora também foi ajuizada na ação; a indenização pode chegar a R$ 2 milhões. O comentário foi feito durante um culto, transmitido pela Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte, em 2016

MPF aciona a Justiça contra Ana Paula Valadão por declarações contra gays e pessoas com HIVAna Paula Valadão acena durante o show do grupo Diante do Trono no Festival Promessas 2012 – Foto: Flavio Moraes/G1

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação contra a pastora e cantora gospel Ana Paula Valadão por declarações consideradas homofóbicas. Na ação, o MPF pede uma indenização por danos morais coletivos por "discurso de ódio contra homossexuais e pessoas que convivem com o vírus HIV".

Durante um congresso transmitido na internet e em um canal de televisão em 2016 ela disse que relações homoafetivas não são normais e associou a aids a casais de homens. Em um dos trechos destacados na ação, a pastora reforça a relação entre a doença e os casais homoafetivos.

"Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres, enfim…Não é o ideal de Deus”, afirmou Ana Paula durante o congresso.

A pastora passou a ser investigada pelo MPF em dezembro do ano passado, quando a fala viralizou nas redes sociais.

Na ação, o Ministério Público pede que a Ana Paula pague R$ 200 mil e a emissora efetue o pagamento de R$ 2 milhões, além de "arcar com os custos econômicos da produção e divulgação de contranarrativas ao discurso do ódio praticado, em vídeo e sítio eletrônico, com a efetiva participação de entidades representativas de pessoas LGBTQIA+ bem como de pessoas que convivem com o HIV".

Segundo o MPF, durante a defesa, Ana Paula Valadão e a emissora alegaram que estavam amparados pela liberdade religiosa e que a fala teria sido mal interpretada. Porém, o MPF afirma que a fala foi "preconceituosa e que não encontrou guarida na liberdade religiosa, pois extrapolou os limites constitucionais e ofendeu direitos de grupo de pessoas vulneráveis".

A reportagem do G1 procurou pela Igreja Batista da Lagoinha, que responde pela emissora, e tentou contato com Ana Paula Valadão, mas até a última atualização deste texto não havia obtido nenhum retorno.

Valedoitaúnas/Informações G1



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