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Ministério da Saúde diz que insistirá na cloroquina em caso de segunda onda

20 de novembro de 2020

Sem eficácia comprovada cientificamente e não recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), medicamento é defendido por Bolsonaro

Ministério da Saúde diz que insistirá na cloroquina em caso de segunda ondaBolsonaro exibindo caixa de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 – Foto: Reprodução/TV Brasil

Diante da sinalização de que a segunda onda de Covid-19 se aproxima, o Ministério da Saúde respondeu a um pedido de informação sobre quais ações serão adotadas pelo governo federal caso haja necessidade de endurecimento de medidas contra a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo a pasta, chefiada pelo general Eduardo Pazuello, caso não haja mudança nas orientações para uso precoce de medicamentos, seguirá fornecendo a estados, municípios e o Distrito Federal cloroquina, hidroxicloroquina e oseltamivir, três medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

O pedido de informação foi enviado ao Ministério da Saúde pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Ainda na resposta, o Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 disse que não cabe ao órgão determinar medidas de combate ou enfrentamento a eventual segunda onda da doença.

Segundo o comitê, a competência de combater e determinar medidas contra a disseminação da Covid-19 são dos estados e municípios, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), embora o governo federal também tenha suas obrigações. Para o grupo do Ministério da Saúde, a segunda onda, a menos que haja novas recomendações, seria tratada da mesma forma que a primeira no Brasil.

Em resposta ao questionamento do deputado do PSOL, tanto o Ministério da Saúde quanto a Casa Civil citam que as ações contra o novo coronavírus que cabiam ao governo federal não foram relaxadas e isolamento social e quarentena eram recomendações para enfrentar a doença.

Na prática, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a doença em diversas ocasiões, chamando-a de "gripezinha", defendendo a abertura precoce do comércio e a retomada da economia, atacando governadores e prefeitos por suas ações de combate ao vírus e, mais recentemente, falando em "país de maricas" ao se referir ao enfrentamento à doença no Brasil.

Além disso, o presidente também foi árduo defensor de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina, que seria usada novamente em caso de segunda onda, a menos que haja mudança de recomendação, o que não parece ser o caso.

Nesta semana, o Ministério da Saúde fez publicação em rede social citando o isolamento social como uma das ações necessárias para frear a disseminação do vírus, que vem crescendo nos últimos dias, mas horas depois o post foi apagado.

Até quinta-feira (19) o Brasil tinha 168.061 mortes em decorrência da Covid-19 e 5.981.767 casos confirmados. Em 24 horas, foram mais de 35 mil novos casos e 606 novas mortes, de acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Já a média móvel de mortes, também verificada pelo boletim, foi de 547 e caiu um pouco em relação ao dia anterior. A média móvel de casos ficou em 18.912.

Valedoitaúnas/Informações iG



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