Ministério da Economia espera novo reajuste de combustiveis nesta semana
13 de junho de 2022Equipe econômica analisa defasagem em relação ao mercado internacional, que chega a 17% na gasolina e 16% no diesel
Petrobras anunciou último reajuste no diesel a 35 dias – Foto: Ivonete Dainese
Tanto no Palácio do Planalto quanto no Ministério da Economia, a expectativa é que a Petrobras anuncie um novo reajuste no preço dos combustíveis ainda nesta semana, informa o colunista Lauro Jardim, do GLOBO.
O último reajuste da Petrobras foi em 9 de maio, 35 dias atrás, de 8,9% no preço do diesel. Já a gasolina está há quase cem dias (94) sem um novo aumento nos preços, quando a estatal anunciou aumento de 18,8% nos preços domésticos.
Segundo dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustível (Abicom), a defasagem da gasolina chega a 17% e do diesel 16%, refletindo atraso nos preços na ordem de R$ 0,82 e R$ 0,95, respectivamente.
Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio da gasolina é R$ 7,247 e do diesel R$ 6,886.
A Abicom afirma em nota que "a alta no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacional em relação à abertura desse domingo (12) e os cenários das defasagens tanto para gasolina como para o óleo afastaram-se muito da paridade, o que inviabiliza as operações de importação".
O dólar voltou a ser negociado a R$ 5,10 e o preço do barril de petróleo Brent atingiu US$ 119 nesta segunda. Os dois fatores influenciam diretamente na formulação do PPI (Preço em Paridade de Importação) da empresa.
Bolsonaro volta a atacar Petrobras e defende teto do ICMS
Em cruzada contra a Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (13) que a PEC dos Combustíveis, que restitui a perda de arrecadação dos estados com teto no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), será votada hoje. Segundo o chefe do Executivo, com a aprovação da proposta, a previsão é que o litro da gasolina caia por volta de R$ 2,00 e o preço do diesel tenha queda de R$ 1,00.
"Nós vamos cobrir o ICMS do diesel que é cobrado pelo estados. Nós estamos entrando com uma parte muito grande para diminuir os impostos estaduais. Tem que pensar no povo. Não é o Estado que arrecada, o Estado está perdendo, quem tem que está perdendo é o povo que está pagando a gasolina muito cara", afirmou o presidente durante entrevista à Rádio CBN-Recife.
Bolsonaro também voltou a atacar a Petrobras e a culpar a guerra da Ucrânia pela alta nos combustíveis. Ele afirmou que o grande desequilíbrio no preço do combustível é reflexo da "guerra longe do Brasil".
"A Petrobras é uma empresa gigante, excepcional, mas não tem um viés social previsto na própria Constituição. Está tendo lucros abusivos. Quanto maior a crise, maior o lucro que a Petrobras tem", disse.
Valedoitaúnas (iG)