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“Minha missão é matar”, diz Lúcifer sobre assassinatos macabros

21 de agosto de 2024

Preso há mais de 20 anos, cumprindo uma pena que ultrapassa os 132 anos de prisão, Lúcifer é o terror do Primeiro Comando da Capital (PCC)

“Minha missão é matar”, diz Lúcifer sobre assassinatos macabrosFoto: Reprodução

Líder do grupo criminoso “Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho”, Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer, reforçou todo seu ódio por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) durante uma audiência por videconferência quando estava preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

Encarcerado há mais de duas décadas, cumprindo uma pena que ultrapassa os 132 anos de prisão – por ter matado 50 rivais de outras facções –, Lúcifer foi questionado pelo juiz se não sentia falta da liberdade, já que ele segue praticando crimes bárbaros, mesmo preso. “A liberdade não é só física. Espiritual e psicologicamente eu estou liberto. Fisicamente preso, mas espiritualmente estou livre”, disse.

Sobre o fato de seguir matando desafetos nas cadeias por onde passa, Lúcifer justificou ao magistrado que não irá se curvar. “A nossa luta se sobrepõe a essa liberdade física. É melhor lutar. Prefiro morrer lutando do que viver curvado para os outros. Não vou me curvar a ninguém. A liberdade física é um dos meus últimos planos. A nossa luta é exterminar esses caras. Em qualquer lugar que eu estiver, vão morrer. Se não for pelas minhas minhas mãos, será a mando meu”, garantiu.

Psicopata

Lúcifer ganhou notoriedade e passou a provocar pânico dentro do sistema penitenciário de São Paulo depois que, em 2013, rachou com a facção liderada por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Após se tornar dissidente da organização, o psicopata criou o próprio grupo.

Diagnosticado com psicose, ele confessou – com orgulho – ser o autor de 50 assassinatos dentro de presídios de São Paulo. As vítimas seriam sempre integrantes de facções. Em maio de 2022, por exemplo, a Justiça de São Paulo condenou três integrantes do Cerol Fininho por dois homicídios – uma das vítimas foi decapitada. Somadas, as penas pelos crimes passam de 132 anos de prisão.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou os criminosos e detalhou que os assassinos dividiam cela com as vítimas, e as mataram para se firmarem como lideranças entre os demais presos.

Quem é Lúcifer

A coluna Na Mira apurou que, atualmente, Lúcifer está isolado em uma cela, no “castigo” da Penitenciária 1 Presidente Venceslau (SP), em virtude da periculosidade dele. Preso pela primeira vez em 1995, aos 18 anos, por furto e roubo, Lúcifer entrou para o PCC pouco depois de ser encarcerado.

Aos 19, ele se tornou um integrante ativo da maior facção criminosa da América do Sul, a ponto de participar de ações violentas dentro do sistema carcerário.

A crueldade dos assassinatos cometidos por Lúcifer e pelos seguidores deles se tornou um “cartão de visita” da Cerol Fininho. Em fevereiro de 2015, na cadeia onde atualmente ele cumpre pena, guardas prisionais encontraram os corpos mutilados de Francinilzo Araújo de Souza e Cauê de Almeida, com abdômen aberto, vísceras arrancadas e cabeças decepadas.

Massacre

Esses crimes, como outros tantos cometidos por Lúcifer, eram acompanhados de um ritual macabro: após a execução, o assassino escrevia “Cerol Fininho” nas paredes celas com uso do sangue das vítimas. Além disso, entre as ações violentas mais notórias do psicopata está o massacre de cinco detentos na Penitenciária de Serra Azul, em 2011.

Durante a execução, ele gritava que queria matar ainda mais, em uma demonstração do próprio quadro de psicose. Em outro episódio, Lúcifer e os comparsas fizeram reféns vários agentes penitenciários e usaram um estilete artesanal para decapitar vítimas de homicídios na cadeia.

(Fonte: Metrópoles)



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