Richard Sandrak, o “menino mais forte do mundo”, revela os abusos físicos e psicológicos que sofreu de seu pai durante a infância

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Quando Richard Sandrak tinha apenas cinco anos, ele já se destacava entre as crianças ao treinar musculação todos os dias. Aos oito, seu impressionante desempenho no supino chamava a atenção, levantando três vezes seu próprio peso. Filho de Pavel Sandrak, campeão de artes marciais, e Lena Sandrak, ginasta, Richard nasceu na Ucrânia e imigrou para os Estados Unidos na década de 1990.

A ascensão precoce e o abuso físico e psicológico

O talento de Richard, aliado ao seu físico impressionante, logo o colocou no centro das atenções, principalmente entre celebridades do mundo fitness, como Arnold Schwarzenegger e Lou Ferrigno, o famoso “Incrível Hulk”. Richard rapidamente se tornou uma sensação em Los Angeles e ficou conhecido como “o menino mais forte do mundo”. Contudo, a fama precoce escondeu uma realidade muito mais sombria. Em uma recente entrevista ao jornal britânico Metro, o agora adulto Richard revelou as duras lembranças de sua infância marcada por abusos físicos e psicológicos, especialmente de seu pai.

Richard relatou que, em sua infância, não havia memórias positivas. “Minha infância era repleta de abuso e violência”, disse ele. Sob a rígida supervisão do pai, o garoto praticava artes marciais e musculação por até 12 horas diárias. Pavel, seu pai, transformava os treinos em sessões de “tortura” e era muito agressivo, o que deixava Richard sem opções a não ser aguentar e obedecer. “Aprendi desde cedo a nunca pedir para parar”, comentou. Sua rotina era de extremo treinamento, com pouco espaço para diversão ou uma infância normal.

Exposição precoce e vida de sacrifícios

Além dos treinamentos intensos, Richard ainda participava de talk shows adultos, como os de Jimmy Kimmel e Howard Stern, e competia em torneios internacionais. Em 2005, sua vida foi documentada no filme “O Menino Mais Forte do Mundo”, que expôs as duras condições sob as quais Richard se submetia. Durante esse período, ele era obrigado a realizar exercícios enquanto assistia TV e estava sempre em uma dieta restrita, sem poder desfrutar das guloseimas que outras crianças de sua idade consumiam.

Liberdade e recuperação: a superação dos traumas

A vida de Richard começou a mudar em 2003, quando seu pai foi preso por violência doméstica contra sua mãe e deportado para a Ucrânia. Aos 16 anos, Richard se viu livre das garras do pai, mas os anos de abuso deixaram marcas profundas. Ele se afastou da musculação, um esporte que passou a associar a traumas emocionais, e começou a se dedicar a atividades como natação, basquete e skate. A dor e o sofrimento o levaram a cair no alcoolismo, mas, após muito esforço, ele conseguiu se recuperar. Hoje, Richard Sandrak leva uma vida tranquila como gerente de loja e mora com a namorada e dois gatos, sem nunca ter perdoado seu pai pelos abusos sofridos.

Uma nova vida e reflexões sobre o passado

Agora com 32 anos, Richard revela que a vida que leva atualmente, longe dos holofotes e da pressão de ser o “menino mais forte do mundo”, é o que o faz verdadeiramente feliz. “Sou mais feliz com a vida que tenho hoje”, afirma, refletindo sobre o trauma que viveu durante a infância. Embora ele ainda tenha mágoas do passado, deixa claro que, talvez um dia, possa perdoar o pai, embora jamais consiga esquecer o que aconteceu.