Meninas menstruando mais cedo: o que está acontecendo?
19 de setembro de 2024Foto: Reprodução/Freepik
As meninas estão menstruando mais cedo. A idade média da menarca vem diminuindo de 12, 13 anos para 10, 11 anos. Esse fenômeno pode ser explicado por uma complexa interação de fatores metabólicos e externos.
A menarca é regulada por hormônios como o estrogênio e a progesterona, produzidos pelos ovários, e a gordura corporal desempenha um papel crucial nesse processo. Os adipócitos produzem leptina, que sinaliza ao cérebro a capacidade reprodutiva do corpo, ativando a produção de hormônios que desencadeiam a puberdade.
A obesidade infantil é um dos principais fatores que contribuem para a menarca precoce, pois crianças com mais tecido adiposo produzem mais leptina, antecipando a puberdade.
Além disso, a obesidade está associada a desequilíbrios hormonais e inflamação crônica, acelerando ainda mais esse processo. A exposição a disruptores endócrinos, presentes em plásticos e pesticidas, também pode imitar ou interferir na ação dos hormônios naturais, levando a um desenvolvimento puberal mais rápido.
A alimentação inadequada, rica em alimentos processados, açúcares e gorduras trans, contribui para o ganho de peso e aumento do tecido adiposo, impactando a produção de leptina e insulina, que por sua vez influenciam os hormônios sexuais.
Além disso, o estresse psicossocial, causado por ambientes familiares conflituosos ou insegurança econômica, pode levar a um aumento na produção de cortisol, que também pode influenciar a maturação sexual precoce.
A interação entre genética e ambiente é fundamental para entender a menarca precoce. Embora a genética determine a faixa etária da menarca, fatores ambientais e o estilo de vida podem modificar essa faixa.
O aumento da urbanização, a redução das atividades físicas e o maior tempo em frente a telas contribuem para a obesidade infantil e a menarca precoce. Compreender esses fatores é essencial para desenvolver estratégias de saúde pública que promovam um desenvolvimento saudável para as futuras gerações.
(Fonte: Vida Saudável)