Menina sem Nome: A história por trás de um dos túmulos mais visitados do país
02 de agosto de 2021Misterioso crime cometido em 1970 se tornou uma das maiores lendas do Estado de Pernambuco
Túmulo da Menina Sem Nome – Divulgação/YouTube/Mundo Sinistro
O dia 23 de junho de 1970 será marcado para sempre na história de Recife (PE). A data, porém, não remete a um fato positivo, mas se tornou marcante por conta de toda a lenda que começou a partir de então.
No dia em questão, o corpo de uma menina foi encontrado na Praia do Pina pelo vendedor de coco Arlindo José da Silva. Como recorda matéria do UOL, na época, foi relatado que a vítima estava com o rosto cravado na areia e suas mãos estavam atadas.
O caso gerou uma enorme comoção entre os moradores da capital pernambucana e se tornou um enorme mistério. Em um primeiro momento, Arlindo chegou a ser preso por ser suspeito de ter cometido o crime, mas logo depois acabou solto.
Seis dias depois, em 29 de junho, as investigações apontaram para o mecânico Geraldo Magno de Oliveira. O trabalhador confessou o crime em depoimento à polícia recifense. Oliveira contou, como aponta o UOL, que convidou a garota para passar a noite com ele.
O mecânico diz ter oferecido a ela 5 cruzeiros para isso. Porém, como não tinha troco, a menina começou a xingá-lo de “vigarista” e “velhaco”.
Apesar da confissão, pouco depois Geraldo disse que só contou aquela história por ter sido coagido e torturado pela equipe de polícia. Mesmo assim, sua prevenção preventiva foi decretada. Ele foi assassinado na cadeia antes de ser julgado.
Quem era a vítima?
Apesar do real responsável pelo crime ser um tema controverso, esse não é o ponto mais curioso de toda a história. Como você deve ter reparado, o nome da menina não foi citado em nenhum momento, mas isso não é por acaso, afinal, ninguém nunca soube sua verdadeira identidade.
Como mostra matéria do UOL, o corpo da garota ficou por duas semanas no Instituto de Medicina Legal (IML) de Recife. Durante todo esse tempo nenhum parente ou conhecido que pudesse identificar o corpo apareceu.
Assim, com o aval da Secretaria de Segurança Pública, a menina foi enterrada como indigente em 3 de julho de 1970, no Cemitério de Santo Amaro. Ironicamente, aquela que parecia estar sozinha, jamais deixou de estar acompanhada após seu sepultamento.
Afinal, diversos moradores passaram a atribuir conquistas a ela. Nascia a lenda da “Menina Sem Nome”. Moradores locais relatam que diversos pedidos feitos a garota começaram a ser realizados.
Túmulo da Menina Sem Nome – Foto: Divulgação/YouTube/Mundo Sinistro
Como diz a lenda local, ela atendeu por desejos que iam desde conquistas materiais até a cura de pessoas doentes.
Desde então, seu túmulo se tornou um dos mais conhecidos e visitados do país, com pessoas lhe ofertando doces, flores, brinquedos, perfumes e centenas de cartas com agradecimentos. Os presentes se tornam mais frequentes no Dia de Finados, em 2 de novembro.
A lenda, inclusive, virou assunto de um documentário produzido por Adriano Portela. O jornalista e cineasta diz que: "Ela [a história da Menina Sem Nome] está enraizada na cultura de Pernambuco. Todo mundo já escutou falar da história. O caso deixou de ser um fato jornalístico e se tornou lenda a partir da história da exumação e dos supostos milagres".
Valedoitaúnas (Aventuras nas Histórias)