Menina é levada a hospital sem unhas e tem remoção de 40% do intestino
20 de maio de 2021Criança foi retirada da mãe e do padrasto, que, segundo o Conselho Tutelar de Goiânia, negaram agressões. Caso é investigado pela polícia
Foto: Divulgação/Conselho Tutelar de Goiânia
A Polícia Civil de Goiás investiga maus-tratos contra uma menina de 2 anos que foi levada, às pressas, com ferimentos no corpo e sem duas unhas das mãos, para um hospital em Goiânia, onde teve de se submeter a cirurgia de urgência para retirada de 40% do intestino. Segundo o Conselho Tutelar, a mãe e o padrasto disseram que os hematomas foram provocados após a criança cair de bicicleta.
A menina recebeu alta do Hospital Materno Infantil, no último domingo (16), depois de ficar seis dias internada na unidade de saúde. Os sinais de maus-tratos fizeram os médicos acionarem o Conselho Tutelar, para a proteção da garota. A mãe dela é dona de casa e está gestante, e o padrasto, marceneiro.
“No hospital, os médicos fizeram exames e identificaram sinais de vermelhidão no intestino. Em seguida, decidiram que deveriam fazer procedimento cirúrgico”, conta o conselheiro tutelar, Carlin Júnior.
Coágulo no intestino
Somente depois de fazer a abertura da região do intestino da criança, os médicos identificaram um coágulo que tomou quase a metade do órgão dela, segundo informações repassadas pelo conselheiro tutelar.
“Foi retirada a parte equivalente a 40% do intestino que estava comprometida”, diz Carlin Júnior. “A criança estava sem unhas e com bastante marca de varadas no rosto, no pescoço e nas pernas”, acrescenta ele.
De acordo com o conselheiro tutelar, a mãe e o padrasto negaram ter praticado agressões contra a criança. “Os dois negaram, mas a criança foi agredida por alguém, e a Polícia Civil está investigando para saber quem foi”, afirma.
Proteção
Como medida protetiva, a menina foi retirada da casa da mãe e está sob os cuidados da avó materna. “A criança estava bastante assustada”, relata Carlin Júnior.
A mãe começou a chorar muito, segundo o conselheiro tutelar, após o caso ser encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que investiga o caso.
“Mas vi esse comportamento mais como preocupação do que poderia acontecer na polícia, e não pela situação da criança em si”, diz o representante do Conselho Tutelar.
Durante a pandemia, os casos de maus-tratos contra crianças têm sido bastante frequentes, de acordo com o conselheiro. “Infelizmente, muitas denúncias não chegam até nós e, quando chegam, a situação das vítimas já está em situação como a dessa criança”, acentua.
Valedoitaúnas/Informações Metrópoles