Médico fica oito anos sem tomar banho e revela efeitos no corpo
14 de julho de 2024James Hamblin parou de tomar banhos convencionais em 2015
James Hamblin diz ter desenvolvido um ambiente microbiano mais estável e saudável – Foto: Reprodução/Instagram
James Hamblin, médico especializado em medicina preventiva e professor na Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, está sem tomar banho desde 2015. O experimento "radical" visa investigar os efeitos da higiene mínima na saúde da pele e no bem-estar geral.
Para realizar o estudo, ele limitou a limpeza corporal ao uso exclusivo de sabão para as mãos. O foco era garantir que o próprio corpo, por meio dos óleos e dos micróbios presentes na pele, alcançasse um equilíbrio natural.
Nove anos depois, ele compartilha os efeitos da prática no corpo. "Eu me sinto perfeitamente bem. Você se acostuma. Eu me sinto normal", afirmou o especialista, que diz ter desenvolvido um ambiente microbiano mais estável e saudável.
A experiência também rendeu um livro assinado por Hamblin. "Limpo: A Nova Ciência da Pele e a Beleza de Fazer Menos" (tradução para o português), publicado em 2020, relata os 5 primeiros anos que o médico ficou sem tomar banho.
O médico conta que sua mudança não aconteceu do dia para a noite: ele começou espaçando os banhos e diminuindo o uso de produtos como sabonete e xampú. O processo gradual ajudou o corpo de Hamblin a se adaptar lentamente, de forma que os desconfortos e odores fossem minimizados.
"Houve momentos em que eu queria tomar banho porque sentia falta, cheirava mal e sentia que estava oleoso. Mas isso começou a acontecer cada vez menos", explicou Hamblin.
Mesmo que não tenha tomado banho em todo esse tempo, o médico conta que se enxaguava quando necessário ou desejado, especialmente o cabelo. "Você pode esfoliar ou remover os óleos simplesmente esfregando com as mãos e penteando o cabelo ocasionalmente", enfatizou. A rotina de higiene bucal também não sofreu alterações abruptas, assim como a de limpeza das mãos e do cabelo.
No livro, o médico não impõe sua prática excêntrica, mas a oferece como alternativa para as pessoas que pretendem explorar regimes de higiene fora do convencional.
Na obra, o especialista afirma que o uso reduzido de químicos contribuiu para que seu microbioma florescesse intacto e, com isso, sua pele parasse de ficar oleosa.
Além disso, Hamblin defende que o odor corporal não está relacionado à sujeira, e sim ao desequilíbrio microbiano. No livro, o especialista explica que o odor é produzido pelas bactérias que se alimentam das secreções oleosas do suor e das glândulas sebáceas. Quando aplicamos produtos de higiene, alteramos o equilíbrio natural desses micróbios, o que favorece aqueles que geram odores desagradáveis.
(Fonte: iG)