Médico anestesista é preso em flagrante por abuso sexual de paciente durante parto: "Estarrecedor", diz delegada sobre vídeo
11 de julho de 2022Delegada Barbara Lomba, responsável pela investigação, disse que a gravação feita pela equipe é uma prova fundamental
Médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante por estupro durante parto de paciente – Foto: Reprodução/Record TV Rio
O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por abusar sexualmente de uma paciente durante o parto no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (11), já foi transferido para o presídio de Benfica, na zona norte da capital, e deve passar por uma audiência de custódia na terça-feira (12).
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, a delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, contou que a polícia foi acionada pelo hospital. Ao chegarem na unidade, os agentes ouviram testemunhas e tiveram acesso ao vídeo gravado pela equipe de enfermagem, que já desconfiava da conduta do anestesista por procedimentos incomuns há cerca de um mês.
A delegada explicou que integrantes daquela equipe participaram de três cirurgias no plantão e decidiram gravar, com um celular escondido, a atitude suspeita do médico.
"Na primeira, já observaram os mesmos comportamentos. Na segunda, um integrante teve que se aproximar por necessidade de um equipamento que teve problema e a pessoa viu o pênis do médico exposto. Entre a segunda e a terceira cirurgia, decidiram, juntos, que iriam tentar fazer essas imagens e conseguiram filmar".
A delegada, Bárbara Lomba acrescentou que o vídeo foi uma prova fundamental para a prisão em flagrante.
"As imagens falam por si. É desnecessário que fiquemos descrevendo porque é uma coisa hedionda, estarrecedora, indescritível, inimaginável. Mas todos viram o que aconteceu. Aquilo ali é um relato do crime. O próprio autor, vítima, todos presentes. Toda a dinâmica do crime está ali".
A delegada também investiga se o anestesista aumentou a dose da sedação e se usou desnecessariamente as substâncias. Os frascos utilizados foram recolhidos para serem encaminhados à análise.
Bárbara Lomba afirmou, ainda, que tenta identificar outras possíveis vítimas de Giovanni. Segundo ela, o médico não prestou declarações. Inicialmente, ao saber da prisão em flagrante, ele chegou a fazer algumas perguntas. No entanto, se calou qunado foi informado sobre a existência do vídeo.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde e o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, afirmaram que acionaram a Polícia Civil após serem alertados pela equipe de funcionários da unidade sobre a conduta de Giovanni.
Além disso, declararam que o médico não é servidor do estado e prestava serviço como pessoa jurídica há seis meses nos hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e no Getúlio Vargas, na zona norte do Rio.
A direção do Hospital da Mulher abriu uma sindicância interna para tomar medidas administrativas. A unidade também disse que está prestando apoio à vítima e sua família.
A defesa de Giovanni Quintella Bezerra afirmou que se manifestará após ter acesso a depoimentos e provas que foram apresentados durante a prisão em flagrante.
Valedoitaúnas (R7)