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Marcas de café irregulares com milho e até mofo foram apreendidas durante operação na Grande Vitória

03 de maio de 2022

Os produtos das três marcas, apreendidas em oito supermercados da Grande Vitória, apresentavam, segundo a polícia, umidade excessiva, mistura de milho e até mofo

Marcas de café irregulares com milho e até mofo foram apreendidas durante operação na Grande VitóriaPoliciais retiraram quase uma tonelada de café irregular vendido na Grande Vitória – Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Mais de dois mil pacotes de cafés de três marcas foram recolhidas das prateleiras de oito supermercados da Grande Vitória nessa segunda-feira (2). Os produtos são das marcas Caparaó Capixaba, Liva e Sol Poente.

De acordo com o laudo do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES), as marcas apreendidas apresentavam umidade excessiva, mistura de milho e até mofo.

Os pacotes foram apreendidos durante a quarta fase da operação de combate ao comércio de cafés com irregularidades, realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).

Os nomes das empresas foram divulgados durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda. O titular da Decon, delegado Eduardo Passamani, explicou que as investigações começaram para analisar a umidade dos cafés.

Marcas de café irregulares com milho e até mofo foram apreendidas durante operação na Grande VitóriaOs produtos são das marcas Caparaó Capixaba, Liva e Sol Poente – Foto: Alex Pandini/TV Vitória

"Existe um percentual permitido para evitar que o café propicie condições para proliferação de bactérias e fungos, e isso venha causar problemas para a saúde do consumidor. Durante as investigações, identificamos que as três marcas apresentavam umidades por volta 14% e 18%. Umas delas, inclusive, apresentava fungos decorrente da alta umidade", explicou.

Segundo o delegado, a umidade excessiva fazia com que os pacotes ficassem mais pesados e, assim, redessem mais. Uma das marcas também apresentava mistura de milho. A empresa responsável já tinha sido alvo de uma operação. "Essa empresa vai responder mais uma vez, mais um processo, mais um inquérito", acrescentou o delegado.

A presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputada Janete de Sá, disse que os consumidores que foram lesados pelas marcas podem ir aos supermercados onde comprou os produtos e pedir a devolução do dinheiro ou novo produto.

A Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) ressaltou, em nota, que todo produto industrializado precisa da autorização de órgão competente para ser fabricado e levado ao mercado. Lembrou ainda que é preciso cumprir as exigências de órgãos como o Ministério da Agricultura, a Vigilância Sanitária (Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

"A recomendação da Acaps para os associados é para que verifiquem a idoneidade da indústria e da empresa fornecedora sempre que forem realizar a compra de mercadorias. Agindo dessa forma, os supermercados reduzem os riscos de comercializarem produtos que não obedecem a legislação", disse a associação.

O consumidor é orientado a pesquisar sobre o fabricante e buscar informações sobre a qualidade do produto, a procedência e a marca. "No caso dos cafés, uma referência é o selo do Programa de Qualidade do Café, uma certificação da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), sendo também uma forma de diminuir os riscos", finalizou.

Cafés irregulares já foram apreendidos em outras fases da operação

Na terceira fase da operação, realizada em 10 de março, foram apreendidas mais de 33 mil unidades de café de três outras marcas que apresentavam problemas de qualidade em virtude da mistura de cascas e paus ao café.

Em 18 de janeiro, a equipe apreendeu mais de 12 mil unidades de uma marca que misturava milho ao café durante a segunda fase da operação. Os produtos eram comercializados em Cachoeiro de Itapemirim e que não teve unidades apreendidas na primeira fase da operação.

Também foram fiscalizados estabelecimento comercial que poderiam estar vendendo algumas das marcas retiradas da Grande Vitória, sendo encontrados e apreendidos pacotes de duas dessas marcas.

Na primeira fase, realizada em 10 de janeiro, foram apreendidas mais de 28 mil unidades de cafés de três marcas que apesentava diversas irregularidades, incluindo a mistura de grande quantidade de cascas e paus aos grãos, alto teor de umidade e irregularidades na rotulagem.

O que dizem as marcas?

O Folha Vitória procurou as marcas Caparaó Capixaba e Sol Poente. O texto será atualizado quando recebemos um posicionamento. Não conseguimos contato com a Liva, mas o canal segue aberto caso a empresa queira se manifestar.

Valedoitaúnas (Folha Vitória)



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