Mais de 600 casos de câncer colorretal no Espírito Santo a cada ano até 2025, aponta o INCA
19 de março de 2024Adotar hábitos mais saudáveis, como reduzir o consumo de álcool, parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente, perder peso e manter uma alimentação equilibrada rica em vegetais e evitar o consumo de carne processada, é essencial para a prevenção
Foto: Divulgação
O câncer colorretal é uma das principais preocupações de saúde pública no Brasil, afetando mais de 40 mil brasileiros. A maioria dos tumores colorretais se originam de pólipos, que se desenvolvem no intestino grosso. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelou estimativas alarmantes para o Espírito Santo: espera-se que 610 novos casos de câncer colorretal surjam anualmente no Estado durante o triênio de 2023 a 2025.
A campanha Março Azul Marinho foi lançada com o objetivo de promover a conscientização sobre essa doença e enfatizar a importância da prevenção. O oncologista da Oncoclínicas Espírito Santo, Mauricio Baptista Pereira, alerta para os sintomas que exigem atenção, como alteração do hábito intestinal, dor abdominal, presença de sangue nas fezes e anemia por deficiência de ferro.
“Com exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, atualmente o câncer colorretal é o segundo tumor mais comum no Brasil, tanto nos homens como nas mulheres. A realização de exame de rastreio é fundamental para a o diagnóstico precoce, seja do tumor em estágio inicial com altíssimas chances de cura, seja com a identificação de lesões precursoras de câncer que podem se apresentar como pólipos. A colonoscopia é um dos exames solicitados para o rastreio do câncer colorretal e tem papel no diagnóstico e tratamento dessas lesões iniciais”, afirma Mauricio.
Mauricio Baptista Pereira – Foto: Divulgação
O rastreio é recomendado a partir de 45 anos e é realizado preferencialmente com colonoscopia a cada 10 anos ou retossigmoidoscopia a cada 5 anos, podendo ser realizado com pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente. Além disso, em familiares de primeiro grau de pacientes que tiveram câncer colorretal, o rastreio é indicado 10 anos antes do diagnóstico do familiar.
Surpreendentemente, o câncer colorretal tem afetado cada vez mais os jovens. O médico explica que isso pode ser atribuído aos hábitos de vida ocidentais adotados nas últimas décadas, como sedentarismo, obesidade, alimentação não saudável, além do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo.
O oncologista destaca a importância de medidas de prevenção primária desde a infância, como uma alimentação balanceada, atividade física regular e evitar hábitos sabidamente prejudiciais para a saúde para reduzir o risco dessa doença. “A conscientização da população e a promoção de ações preventivas desempenham um papel crucial na luta contra o câncer colorretal, para redução da incidência e impacto na população capixaba”, conclui o médico.