Maioria dos brasileiros cortou consumo de carne vermelha em 2021, diz Datafolha
20 de setembro de 2021A pesquisa mostrou que outros produtos que mais deixaram de ser comprados foram refrigerantes, sucos e laticínios, devido à alta da inflação para a alimentação, que chega a 17%
Brasileiros reduzem consumo de carne vermelha em 2021 – Foto: Reprodução/iG Minas Gerais
Cerca de 85% dos brasileiros reduziram o consumo de algum alimento desde o início do ano de 2021. O que o brasileiro mais deixou de comprar foi carne vermelha, refrigerantes, sucos e laticínios, segundo uma pesquisa Datafolha realizada entre 13 e 15 de setembro, divulgada nesta segunda-feira (20). Isso é devido à alta da inflação para a alimentação, que chega a 17%.
De acordo com estudo, 67% excluíram do consumo a carne vermelha; 51% refrigerantes e sucos, e 46% leite, queijo e iogurte. Pão francês, pão de forma e outros pães aparecem com 41% de redução. Outros itens básicos, como arroz, feijão e macarrão, também estão sendo cortados por 34%, 36% e 38% da população, respectivamente. Já o ovo, foi mais consumido, como proteína substituta.
Além desses alimentos, também caiu o consumo de frango, porco e outros tipos de carne, assim como frutas, legumes e verduras. Porém, é importante observar a proporção de entrevistados que disse ter aumentado a compra desses itens. Isso pode indicar uma substituição de produtos da cesta básica.
Inflação
A alta da inflação para a alimentação chega a 17%, e o índice de inflação ao consumidor em 12 meses está em quase 10%. Alguns exemplos de destaque no aumento são o arroz (33%), carnes (31%), ovos (14%) e leites e derivados (12%).
Análise socioeconômica
Diferenças de idade ou escolaridade não interferiram significativamente nos dados, sendo 85% o percentual médio de pessoas que reduziram o consumo de certos alimentos.
Quanto à análise por renda, a porcentagem é alta mesmo nas famílias com renda acima de dez salários mínimos. Destes, 67% afirmaram ter cortado algum dos produtos. Já na população que vive com até dois salários, o percentual ficou em 88%.
Por ocupação, destacam-se abaixo da média os empresários (67%). Por localidade, os destaques foram para as reduções de 75% no Sul e 89% no Nordeste. Há distinções também entre homens (82%) e mulheres (87%); pretos (91%) e brancos (82%); pessoas que avaliam o governo federal de forma positiva (73%) e de forma negativa (89%).
Valedoitaúnas (iG)