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Maioria do STF mantém suspensão do orçamento secreto

09 de novembro de 2021

Ministros confirmam decisão liminar de Rosa Weber que suspende os repasses até decisão posterior sobre mérito do caso

Maioria do STF mantém suspensão do orçamento secretoAinda faltam os votos de cinco ministros – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou para confirmar a liminar expedida pela ministra Rosa Weber que suspende os repasses das emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto. Além disso, de acordo com o entendimento da Corte, o Congresso e o governo devem adotar medidas de transparência para realizar os repasses.

As emendas de relator são montantes repassados pelo Executivo aos deputados para a execução de projetos nos estados. Tradicionalmente, quem apoia o governo recebe mais verba. No entanto, para os magistrados, não existem regras claras de publicidade e que definam como a verba pública será empregada, descrevendo, por exemplo, qual parlamentar vai recebê-la e detalhando onde os recursos serão aplicados.

A ministra Rosa atendeu a pedido de partidos políticos e suspendeu o envio do dinheiro até que o caso tenha o mérito analisado pelo Supremo. Com isso, o governo sofre uma derrota em sua influência no Parlamento. Ao votar, a relatora, Rosa Weber, entendeu que a Constituição determina que seja respeitado o princípio da transparência, por meio da publicidade dos atos públicos. "A regra geral num Estado Republicano é a da total transparência no acesso a documentos públicos, sendo o sigilo a exceção".

Maioria do STF mantém suspensão do orçamento secretoMinistra Rosa Weber é a relatora – Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Ela entende que o orçamento secreto ocorre de maneira espúria e, por isso, deve ser suspenso. "Quanto ao orçamento do exercício de 2021, que seja suspensa integral e imediatamente a execução dos recursos orçamentários oriundos do identificador de resultado primário nº 9 (RP 9), até final julgamento de mérito desta arguição de descumprimento", completou a magistrada, no despacho.

Ao acompanhar o voto da ministra Rosa, Carmen Lúcia afirmou que os valores são usados para negociações entre o governo e congressistas. "A utilização de emendas orçamentárias como forma de cooptação de apoio político pelo Poder Executivo, além de afrontar o princípio da igualdade, na medida em que privilegia certos congressistas em detrimento de outros, põe em risco o sistema democrático mesmo", escreveu a ministra.

Por volta das 17 horas, tinham votado para confirmar a decisão da relatora os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski.

Valedoitaúnas (R7)



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