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Mãe rolou em poça para tentar salvar filhos de incêndio no DF

24 de fevereiro de 2020

Ela estava fora de casa quando as chamas começaram, em Samambaia. Uma das crianças morreu no local. Vizinhos se uniram para apagar o fogo

Mãe rolou em poça para tentar salvar filhos de incêndio no DFCasa em Samambaia onde aconteceu o incêndio que matou uma criança – Foto: Michael Melo/Metrópoles

Nesta segunda-feira (24), os moradores do conjunto 17 da QR 425 de Samambaia amanheceram incrédulos com a noite de terror que viveram. Um incêndio, por volta das 20h de domingo (23), tomou conta de uma casa no local, matou uma criança e deixou três integrantes da família com queimaduras graves.

“A rua não dormiu esta noite. Não dá para acreditar que uma criança, com a vida inteira pela frente, possa ter morrido dessa forma tão trágica”, disse a vizinha da família, do portão de frente, que preferiu não se identificar.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), cinco pessoas receberam atendimento – quatro delas estavam dentro da residência. Daniel Pereira Lopes, de 35 anos de idade, teve 95% do corpo queimado. Uma bebê de seis meses sofreu queimadura de 2° grau no rosto e braço. Uma criança de 3 anos estava com 70% do corpo queimado.

E outra menina, identificada como Kyara Pereira, de 1 ano, morreu no local. A mãe das crianças, Romária Pereira da Silva, 31, estava em estado de choque. Primeiramente, todos foram transportados para o Hospital Regional de Taguatinga. Depois, Daniel seguiu para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), enquanto os dois menores tiveram que ser internados na UTI neonatal do Hospital de Base.

Daniel era pai da bebê e padrasto das outras crianças.

A residência teve quatro cômodos totalmente queimados: sala, cozinha e dois quartos.

Fogo e chuva

Os moradores da rua tentaram apagar as chamas que consumiram o imóvel. Segundo a vizinha, chovia muito no momento que o fogo começou.

“Senti um cheiro forte de fumaça e pensei que pudesse ser da minha casa. Quando saímos no portão, vimos aquela fumaça densa e escura na casa deles. Foi desesperador. A vizinha de porta acordou com o cheiro e não parava de gritar pedindo por socorro”, lembra.

No mesmo momento, a mãe da criança vinha andando na rua e foi avisada de que a casa estava pegando fogo. “Começamos a bater forte no portão por imaginar que as crianças estavam lá dentro. A mãe rolava na água da chuva no asfalto para se molhar e entrar dentro da casa”, diz a vizinha.

Os moradores, então, quebramos um cano da caixa d’água para facilitar o acesso ao líquido. Todos apontaram as mangueiras que tinham em casa para o local, na tentativa de apagar as chamas”.

Outro vizinho, que também não quis revelar a identidade, comentou que o homem que estava lá dentro, pai da bebê de seis meses e padastro das demais crianças, conseguiu abrir o portão e já saiu bem queimado.

“Os bombeiros demoraram. A mãe queria entrar, mas nós não deixamos. Uma cena triste. Quando entramos na casa, a menina de 4 anos estava caída de bruços, com as mãozinhas no rosto, próxima à porta, como quem tivesse tentado sair, mas não conseguiu”, conta. Ainda segundo ele, houve muita gritaria. “Estamos todos estarrecidos com essa tragédia. É muita tristeza tudo o que presenciamos”.

Valedoitaunas/Informações Metrópoles

 



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