Maduro expulsa embaixadores de países que questionaram resultado das eleições na Venezuela
30 de julho de 2024A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, em uma carta oficial
Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela – Foto: Reprodução
Nesta segunda-feira (29), o governo de Nicolás Maduro decidiu expulsar o corpo diplomático de sete países da Venezuela. A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, em uma carta oficial.
O governo venezuelano manifestou seu descontentamento com "as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com ideologias sórdidas do fascismo internacional", e acusou esses países de tentar desconsiderar o resultado da eleição realizada no domingo (28).
"Ante este precedente nefasto que atenta contra nossa soberania nacional, decidimos retirar todo o corpo diplomático de nossas missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, bem como expulsar de imediato seus representantes do território venezuelano", afirmou o texto.
A decisão foi tomada após esses países questionarem a validade das eleições venezuelanas, nas quais Nicolás Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral, o equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral na Venezuela.
Diversas lideranças internacionais levantaram dúvidas sobre o resultado eleitoral, que indicava uma ampla vitória para a oposição, liderada por Edmundo González. Boletins divulgados nas redes sociais também mostraram uma larga vantagem para o opositor
No entanto, a corte eleitoral venezuelana, chefiada por um aliado de Maduro, anunciou a vitória do presidente com mais de 51% dos votos, enquanto González ficou em segundo com 44%. A oposição alegou ter vencido com mais de 70% dos votos.
Além dos países que tiveram seus diplomatas expulsos, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Colômbia, Guatemala e Portugal também questionaram o resultado eleitoral.
Em contraste, Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua parabenizaram Maduro pela vitória.
E o Brasil?
O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
O Itamaraty exigiu a divulgação das atas eleitorais e afirmou que se manifestará assim que tiver informações mais detalhadas.
Manifestantes contrários a Maduro foram às ruas para protestar contra o resultado das eleições. A posição de Maduro em relação aos protestantes ainda não foi divulgada.
(Fonte: iG)