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Lula diz que se depender do PT e dele haverá "aliança de toda esquerda" em 2022

14 de novembro de 2020

“Minha tarefa é mostrar que o Moro é mentiroso”, declarou o petista durante uma live realizada quinta-feira (12)

Lula diz que se depender do PT e dele haverá Ex-presidente Lula – Foto: Claudio Reis/FramePhoto/Agência O Globo

Em live ao lado da candidata à prefeitura do Rio pelo PT, Benedita da Silva, nesta quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “se depender do PT e de mim vamos ter uma aliança de toda esquerda” em 2022. O ex-presidente, no entanto, declarou que “as pessoas não podem achar que o PT não pode ter candidato”.

Lula ainda afirmou que o cenário político das próximas eleições presidenciais “já tem vários candidatos” de direita, fazendo referência às movimentações de nomes como o do governador de São Paulo João Doria (PSDB), o apresentador Luciano Huck e do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

"2022 já tem vários candidatos. Mas quem está com dificuldade é a direita, que procura Doria, Moro, Huck. Eu vou te garantir que se depender do PT e de mim vamos ter uma aliança de toda esquerda. Agora, o que as pessoas não podem achar é que o PT não pode ter candidato, porque como que pode o maior partido não ter candidato. Mas se tiver gente em condição de disputar melhor que o PT não tem problema nenhum".

Lula ainda afirmou ser importante entender a importância do lançamento de candidaturas pelos partidos. Segundo o presidente, a decisão representa uma chance de apresentar um projeto político e de disputar uma vaga no segundo turno, quando, então, poderia ser formada uma aliança ampla.

"Todo mundo tem o desejo de construir frente ampla. A gente sempre tentou construir frente ampla sem querer impedir que os partidos tivessem candidato. É muito importante que a gente tenha noção porque os partidos têm que lançar candidato. Dá a chance de colocar o programa, conversar com a sociedade, e tem chance de ir pro segundo turno e fazer uma aliança muito grande".

Nesta terça-feira, conforme O Globo mostrou, o ex-presidente e outros dirigentes do partido pressionaram o candidato petista em São Paulo, Jilmar Tatto, a realizar um gesto em favor da candidatura de Guilherme Boulos. Para compensar ocorreria a desistência de Renata Souza (PSOL) em favor de Benedita da Silva (PT) na capital fluminense.

Durante a live, Lula afirmou que adoraria ter visto uma aliança dos partidos, e que esperava um apoio do PSOL carioca, uma vez que Benedita seria vice na chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que acabou desistindo da candidatura.

"Eu adoraria estar em uma aliança agora com PSOL no Rio e em São Paulo, e em outros estados, mas é normal que o PSOL e o PT queiram ter candidato", declarou, completando: "Eu gostaria que o PSOL tivesse apoiado a Benedita no Rio porque a Benedita foi vice do Freixo enquanto ele era candidato. Mas não foi possível, paciência. Vou trabalhar com a hipótese que a gente faça qualquer esforço para não deixar que o símbolo do milicianismo possa continuar governando esse país. O Brasil pode não precisar do Lula, da Benedita, mas não precisa de uma figura grotesca como o Bolsonaro governando o nosso país".

“Minha tarefa é mostrar que o Moro é mentiroso”.

Ao falar sobre o combate à corrupção no país, o ex-presidente criticou a Operação Lava-Jato.

"O problema é que a Lava-Jato não foi construída para combater o crime, se criou uma força-tarefa e um juiz como o Moro para montar uma quadrilha que agiu politicamente para destruir o PT", declarou, continuando: "Venderam a ideia de que no PT só tinha criminoso, bandido, e na verdade não combateram a corrupção. Todas as pessoas que delataram estão ricas porque fizeram acordo".

Lula afirmou que a força-tarefa é responsável por R$3,5 milhões de desempregos e que, hoje, sua tarefa é “mostrar que o Moro é mentiroso” e que a força-tarefa “era quase uma quadrilha”.

"Você pode combater a corrupção e prender o dono da empresa. O que não pode é acabar com o emprego. Quem é que pagou o pato? 3,5 milhões de trabalhadores. Minha tarefa é mostrar que o Moro é mentiroso, que era quase uma quadrilha aquela força tarefa de Curitiba. Eu sei que eu sou inocente, mas eles não têm garantia da inocência deles".

Questionado sobre a polarização política do país, o ex-presidente afirmou que hoje o Brasil passa por uma “política do ódio” para “destruir a política”. De acordo com Lula, Bolsonaro se aproveitou do sentimento antipolítica, convencendo muitos eleitores em 2018 de que não era político quando, na verdade, construiu uma carreira como deputado federal e vereador.

"Sempre houve polarização. A política é polarizada no mundo inteiro, mas as pessoas viviam dignamente das suas divergências. O que acontece é que estabeleceram uma política de ódio. Passaram a vender o ódio à esquerda e ao PT. Esse ódio faz parte da destruição da política. Depois da política vem Bolsonaro, Mussolini, Hitler. O ódio que você está vendo aqui você viu nas eleições americanas. O Bolsonaro se aproveitou tanto disso que nunca trabalhou na vida. Saiu expulso do Exército, foi vereador, 28 anos como deputado e conseguiu convencer que não era político. Elegeu todos os filhos. Tem caixa dois e diz que não é corrupto. Tem um patrimônio que ninguém do PT tem, mas não é corrupto".

Valedoitaúnas/Informações iG



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