Lira e Fux se reúnem para discutir decisão sobre orçamento secreto
08 de novembro de 2021Encontro será na tarde desta segunda (8). Oposição afirma que governo liberou emendas para aprovar a PEC dos Precatórios
Reunião entre os presidentes da Câmara e do STF será às 17h desta segunda (8) – Foto: Divulgação/STF
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se reúne com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, às 17h desta segunda-feira (8). O encontro será na Suprema Corte, e os dois devem discutir a decisão da ministra Rosa Weber que suspendeu o pagamento das emendas do relator, conhecidas como “orçamento secreto”. As duas autoridades devem tratar do julgamento em plenário virtual (quando os ministros incluem seus votos no sistema, sem sessão presencial) que vai confirmar ou não a decisão liminar da ministra. O caso ficará no plenário da meia-noite de terça-feira (9) às 23h59 de quarta.
A decisão da ministra se deu no âmbito de ações protocoladas pelos partidos Psol, Cidadania e PSB. A oposição na Câmara dos Deputados afirma que o governo liberou emendas do relator para conseguir votos suficientes a fim de garantir a aprovação da Proposto de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios em primeiro turno. A votação em segundo turno está marcada para a sessão de terça-feira (9).
No pedido que foi para a análise de Rosa, o Psol disse que o Congresso possui dois regimes de execução de emendas parlamentares: um é transparente, que são as emendas individuais e de bancadas, e o outro é anônimo, que são as emendas do relator. "As emendas do relator operam com base na lógica da ocultação dos efetivos requerentes da despesa", pontuou o partido na ação. Diferentemente das emendas individuais, as do relator são pagas sem critérios claros, e os parlamentares aliados do governo são os mais beneficiados.
Na decisão, a ministra afirmou que é "incompatível com a forma republicana e o regime democrático de governo a validação de práticas institucionais adotadas no âmbito administrativo ou legislativo que, estabelecidas à margem do direito e da lei, promovam segredo injustificado sobre os atos pertinentes à arrecadação de receitas, efetuação de despesas e destinação dos recursos públicos, com evidente prejuízo do acesso da população em geral e das entidades de controle social".
Precatórios
A PEC dos Precatórios foi aprovada na última quinta-feira (4) por uma margem de apenas quatro votos. PSB e PDT, de oposição, deram 25 votos favoráveis à proposta, o que foi decisivo para a sua aprovação. Há, então, um movimento na oposição para tentar reverter esses votos e derrubar a proposta no segundo turno. Esse movimento também ocorre internamente nas legendas, com atuação da Executiva nacional dos dois partidos. Do outro lado, o governo atua para ampliar os votos, porque muitos parlamentares da base faltaram à sessão.
A ministra Rosa Weber também é relatora de uma ação em que parlamentares alegam que o processo de aprovação da PEC violou o Regimento Interno da Câmara. Esses deputados questionam ato da mesa diretora da Casa que permitiu que parlamentares que estavam em viagem oficial ao exterior pudessem votar.
Valedoitaúnas (R7)