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Líder dos caminhoneiros pede fim do PPI da Petrobras e questiona lucro

04 de abril de 2022

Presidente da Abrava, conhecido como Chorão, diz que não pode pagar combustível em dólar se recebe em real

Líder dos caminhoneiros pede fim do PPI da Petrobras e questiona lucroWallace Landim, Chorão, líder caminhoneiro – Foto: Reprodução/Facebook

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, pediu o fim da política da Petrobras que internacionaliza o preço dos combustíveis e disse ser "absurdo" o lucro da estatal em meio à alta nas bombas. Em entrevista ao Sindipetro-SP, ele disse que "não pode pagar em dólar se ganha em real".

No dia 14 de março, a Abrava foi ao Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF) para barrar os aumentos nos combustíveis praticados pela Petrobras no dia 10 de março, de 18,8% nos preços da gasolina, 24,9% do diesel e 16,1% do gás de cozinha. Na petição, a Abrava pediu o fim da Política de Paridade de Preços Internacional, que considera o valor do barril de petróleo no mercado externo para reajustar, ou não, os preços no Brasil.

Segundo Landim, o PPI, instituído em 2016, prejudica os trabalhadores e aumenta a inflação enquanto a Petrobras registra lucros recordes.

"Essa pauta dos combustíveis não é exclusiva dos caminhoneiros, esse assunto envolve toda a sociedade, estamos falando de inflação na veia. O transporte em si não pode sofrer com isso com continuidade, e esse preço precisa ser repassado. Temos um levantamento que, inclusive, indica aumento para as próximas semanas", alerta Landim.

A proposta do governo de reduzir o imposto estadual, na visão do líder da Abrava, não passa de um "paliativo", já que não supre o aumento recente promovido pela estatal.

"Essa outra ação que o governo propôs, do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] dos estados, ficou muito claro que no texto original fala da retirada de 30% do valor do imposto, e já tivemos um mega aumento de 25%, então é paliativo. Outra questão que ninguém coloca é sobre as armadilhas existentes dentro da Petrobrás, colocadas para o povo brasileiro, tanto é que 27% da composição da gasolina é do etanol, o que não tem nada a ver com moeda estrangeira, então o povo está sendo enganado e não podemos ficar calados", disse.

Landim afirma que conversa com lideranças de outros setores, como motoristas de aplicativos, e alega que se houver um novo aumento, ficará "sem condições de rodar".

Por enquanto, ele afasta a possibilidade de uma nova greve e foca em conscientização da população sobre a importância de dar fim ao PPI.

"Existe um trabalho de conscientização, mas vejo, sim, a possibilidade de uma parada natural e, se tiver hoje, eu me dedico para proteger a categoria dos transportadores autônomos", afirma.

"Por isso, precisamos de muita responsabilidade para não direcionar a categoria para o abismo, porque já estamos na beira dele. Um transportador que se mobilizasse na rodovia receberia até R$ 100 mil de multa por dia, então tivemos que tirar o pé. Hoje, nossa estratégia é unir forças, conscientizar e trazer a sociedade junto, como em 2018", completa.

Valedoitaúnas (iG)



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