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Kurumí poderá nascer no fim da semana, segundo o Climatempo

22 de janeiro de 2020

Kurumí poderá nascer no fim da semana, segundo o ClimatempoFoto: Divulgação

É possível que entre quinta-feira (23) e sexta-feira (24) se forme uma nova tempestade subtropical (ciclone subtropical) na costa da Região Sudeste do Brasil. Se a previsão se confirmar, a tempestade vai receber o nome de Kurumí, que quer dizer “menino”, em tupi-guarani.

Quem nomeia os sistemas meteorológicos especiais que se formam em áreas oceânicas brasileiras é a Marinha do Brasil. Há uma lista que começou a ser feita em 2011 e teve uma atualização em 2018.

Veja aviso especial da Marinha do Brasil

AVISO NR 069/2019

AVISO ESPECIAL

EMITIDO ÀS 1300 HMG - TER - 21/JAN/2020

POSSÍVEL FORMAÇÃO DE CICLONE SUBTROPICAL EM 23S039W, A PARTIR DE 230300 HMG, COM DESLOCAMENTO PARA SUL. VENTO NE/NW FORÇA 7/9 COM RAJADAS AFETANDO AS ÁREAS BRAVO, DELTA E SUL OCEÂNICA A OESTE DE 035W.

VÁLIDO ATÉ 250000 HMG.

No Atlântico Sul, na costa do Brasil, o mais comum é que ciclones subtropicais e tropicais se desenvolvam em março, que é fim do verão no Hemisfério Sul, quando a água do mar está com maior quantidade de calor armazenado.

Confira a lista completa com a época e local de formação dos sistemas nomeados até agora.

 1 - Arani (tempo furioso) – março 2011 – RJ-ES

 2 - Bapo (chocalho) – fevereiro 2015 – SP

 3 - Cari (homem branco) – março 2015 – SC

 4 - Deni (tribo indígena) – novembro 2016 - RJ

 5 - Eçaí (olho pequeno) - dezembro 2016 – SC

 6 - Guará (lobo do cerrado) – dezembro 2017 – ES-BA

 7 - Iba (ruim) – março 2019 – BA

 8 - Jaguar (lobo) – maio 2019 – RJ

 9 - Kurumí (menino)

 10 - Mani (deusa indígena)

 11 - Oquira (broto de folhagem)

 12 - Potira (flor)

 13 - Raoni (grande guerreiro)

 14 - Ubá (canoa indígena)

 15 - Yakecan (o som do céu)

Na terça-feira (21), a Marinha do Brasil, em conjunto com outros órgãos governamentais brasileiros, emitiu uma nota oficial sobre a possível formação deste ciclone subtropical.

Entre quinta-feira (23) e sexta-feira (24), a previsão é de que ocorra uma acentuada queda da pressão atmosférica sobre o oceano, entre o litoral sul do Espírito Santo e o norte do Rio de Janeiro, formando um sistema de baixa pressão atmosférica. Tudo acontece sobre o mar, mas algumas rajadas de vento, com até 60 km/h poderão ser observadas sobre o continente.

Em acordo com previsão da Marinha, inicialmente esta baixa pressão atmosférica poderá ser uma depressão subtropical até quinta-feira (23). Se os ventos alcançarem ou passarem de 63 km/h, esta depressão subtropical será reclassificada como tempestade subtropical e receberá o nome de Kurumí.

Os sistemas especiais de baixa pressão atmosférica só recebem um nome quando se transformam em uma tempestade subtropical. As depressões subtropicais não são nomeadas.

Depois de organizado, este sistema de baixa pressão pressão atmosférica tende a se deslocar cada vez mais para alto-mar, fazendo a trajetória de para sul, e afastando-se cada vez mais da costa da Região Sudeste.

A animação mostra a evolução da pressão atmosférica sobre o mar entre quinta-feira (23) e sábado (25), ao largo da Região Sudeste do Brasil, segundo o modelo de previsão atmosférica GFS, dos Estados Unidos. O centro de baixa pressão atmosférica aparece com a letra L (de low, baixa em inglês). A reprodução é do site windy.com.

Kurumí poderá nascer no fim da semana, segundo o ClimatempoFoto: Divulgação

Quando o ciclone subtropical pode se formar?

É preciso esclarecer que, nesta quarta-feira (22), ainda não se verá nada da baixa pressão atmosférica, nenhum efeito nas condições do tempo ou do mar na costa brasileira. O processo de queda da pressão do ar para a formação da baixa pressão atmosférica se dará no decorrer da quinta-feira (23). Até a noite de sexta-feira (23), ou na madrugada de sábado (24). As imagens da nebulosidade sobre o Brasil captadas pelos satélites meteorológicos já devem mostrar aglomerados de nuvens sobre o mar, em forma arredondada, característica das baixas pressões atmosféricas fortes.

Água quente

A nota da Marinha informa também que a água quente na costa entre o Rio de Janeiro e o Espírito santo, com temperatura entre 26°C e 27°C é um fator que contribui para a formação da depressão subtropical.

O comunicado da Marinha do Brasil também esclarece que os efeitos no mar e nas condições do tempo são para regiões oceânicas em alto-mar. Esta possível tempestade subtropical estará em alto-mar e se afastando do país e não terá efeito relevante no continente.

Além de formar esta forte baixa pressão atmosférica, a configuração de ventos em diversos níveis de altitude vai estimular a formação de grandes áreas de instabilidade sobre o continente que vão provocar muita chuva nos próximos dias sobre o Espírito santo e também sobre o Norte do Rio de Janeiro. A chuva deve ser volumosa e deve causar transtornos para a população.

Valedoitaunas



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