Justiça iraniana condena mulher a ser executada pela própria filha
26 de março de 2021Pena foi considerada cruel por ativistas do país asiático
Maryam Karimi foi executada na Prisão Central de Rasht, no Irã – Foto: Reprodução
Há 13 anos, Maryam Karimi contava com a ajuda de seu pai para matar o marido que a agredia e violentava. À época, o casal tinha uma pequena filha de seis anos, que cresceu e foi responsável, no último dia 13, de executar a própria mãe após uma decisão da Justiça iraniana.
Maryam passou os últimos 13 anos atrás das grades. A sentença veio após a filha se recusar a perdoá-la ou aceitar "Diya" (dinheiro de sangue), de acordo com a TV Iran International.
A sentença foi baseada numa lei conhecida como "Qisas" – uma espécie de Lei do Talião dos tempos modernos, o famoso "olho por olho e dente por dente".
Qisas exige que os parentes da vítima estejam presentes na execução e, inclusive, são incentivados a realizarem eles mesmos a punição final.
A filha de Maryam passou os últimos 13 anos sob os cuidados da família do pai. Ela achava que a mãe também estava morta. Quando a sentença veio, a garota foi preparada psicologicamente e demonstrou rancor da mãe.
Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da campanha Direitos Humanos do Irã, disse: “As leis da República Islâmica tornam uma menina, cujo pai foi assassinado quando ela era criança, o carrasco de sua própria mãe. A República Islâmica é o principal promotor da violência na sociedade iraniana hoje”.
Após a condenação, Ebrahim, pai de Maryam, foi trazido pelas autoridades para ver o cadáver da filha. No entanto, por razões desconhecidas, ele não foi condenado à pena de morte.
Valedoitaúnas/Informações Correio