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Justiça Federal do Espírito Santo suspende demolições na Praia do Barrão

01 de outubro de 2025

Decisão saiu após reunião da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ales, que discutiu falhas no processo e denunciou risco de violações a 18 famílias

Justiça Federal do Espírito Santo suspende demolições na Praia do BarrãoFoto: Heloísa Mendonça Ribeiro/Ales

A Justiça Federal do Espírito Santo suspendeu parcialmente a decisão que determinava a demolição de 18 casas na Praia do Barrão, em Barra do Jucu, Vila Velha. A medida foi tomada após reunião extraordinária da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, realizada no dia 16 de setembro, que reuniu moradores, advogados, especialistas e parlamentares para discutir os riscos sociais e jurídicos da remoção.

Na ocasião, foram apontadas falhas no processo e a possibilidade de graves violações de direitos fundamentais, já que cerca de 75 pessoas seriam impactadas pela desocupação compulsória. A comissão encaminhou um ofício ao Judiciário reforçando os argumentos debatidos.

Na última sexta-feira (25), o juiz federal Aylton Bonomo Junior suspendeu o cronograma de demolição, previsto a partir de 7 de outubro, até o julgamento final do processo. A decisão evita prejuízos irreparáveis às famílias que moram na região há anos e que alegam posse pacífica e de boa-fé dos imóveis.

Justiça Federal do Espírito Santo suspende demolições na Praia do BarrãoFoto: Heloísa Mendonça Ribeiro/Ales

O juiz considerou que, pelos documentos juntados pela Prefeitura de Vila Velha, há dúvidas se a Fase 1 do cronograma foi integral e satisfatoriamente cumprida. Conforme a documentação, a fase 1, que terminou no último dia 5 de setembro, consistia na realização das ações de comunicação, atualização do diagnóstico socioeconômico das famílias e entrega da notificação extrajudicial sobre a intervenção que irá ocorrer.

A deputada estadual Camila Valadão (PSOL), presidenta da Comissão de Direitos Humanos, ressaltou a importância da mobilização. “Foi fundamental ouvir os moradores, reunir informações técnicas e apresentar ao Judiciário o risco social que a demolição traria. A suspensão mostra que a defesa dos direitos humanos precisa ser feita de forma coletiva e articulada”, afirmou.

A parlamentar destacou ainda que a luta continua. “Seguiremos acompanhando o caso de perto, cobrando as devidas respostas e garantindo que a dignidade das famílias esteja no centro do debate. Não podemos aceitar que pessoas que vivem há décadas em suas casas, pagando impostos e construindo suas vidas, sejam simplesmente removidas sem diálogo e sem alternativas”, completou.

A Comissão vai continuar em diálogo com moradores, Ministério Público, Prefeitura de Vila Velha e Judiciário para buscar soluções que garantam o direito à moradia e respeitem a legislação ambiental.



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