Jovem implora ajuda por temer que casa desabe com ela e os filhos dentro
02 de novembro de 2022Autônoma de 25 anos mora com os filhos de 4 e 7 anos em um barraco no Dique da Vila Gilda, em Santos
Aline Lunas de 25 anos mora com os filhos de 4 e 7 anos em um barraco que, segundo ela, foi condenado pela Defesa Civil de Santos – Foto: Arquivo pessoal
Uma jovem de 25 anos, que mora com os dois filhos em um barraco de madeira construído em cima da maré, em Santos, no litoral de São Paulo, teme que o local desabe. Em entrevista ao g1, Aline Lunas afirmou que a Defesa Civil condenou o local há mais de um mês e ela procurou ajuda da prefeitura, mas não obteve retorno. Ao g1, a administração municipal afirma que a família poderá ser encaminhada a um abrigo após o relatório da Defesa Civil.
A autônoma contou que mora há mais de um ano no barraco localizado no Dique da Vila Gilda, na Zona Noroeste da cidade. Segundo ela, desde que mudou, o local foi se deteriorando por questões climáticas e outros acidentes.
Barraco onde Aline Lunas mora está cedendo, e segundo ela, o local sofreu danos após um incêndio no barraco ao lado e depois dos ventos fortes do último mês – Foto: Arquivo pessoal
"No final do ano passado o barraco do lado pegou fogo e prejudicou o meu. Desde então, só piorou. Já recebi ajuda de conhecidos e tentei arrumar o que deu. Os últimos ventos também deixaram a situação da casa pior, pois levaram as telhas, o que deixou ele [o barraco] no estado que está. Ele está cedendo visivelmente”, disse Aline.
Ela afirmou que há cerca de um mês a Defesa Civil esteve no local e condenou o barraco. Técnicos do órgão teria relatado à ela que não há muito que fazer e que ela precisaria esperar uma resposta da Prefeitura.
“O rapaz da Defesa Civil falou que nesse processo seria auxílio-aluguel, cadastro na Cohab ou abrigo, porém, o abrigo seria inviável, pelos meus filhos e pelas coisas da minha casa, pois eu perderia tudo”.
“Minha maior preocupação é que o barraco não espere o tempo que eles querem, pois vários cômodos da casa estão visivelmente afetados. Eu já arrumei o que podia antes de pedir ajuda, pois sei que essas coisas são muito burocráticas”, desabafou.
Com a força dos ventos que atingiram Santos no último mês, parte das telhas do barraco que Aline Lunas moram levados – Foto: Arquivo pessoal
Segundo a autônoma, dias depois que os técnicos da Defesa Civil condenaram o barraco, o quarto dos filhos dela afundou um pouco mais. “A partir daí eu comecei a entrar em contato com os órgãos responsáveis. Fui à regional e liguei na Defesa Civil, mas a resposta é sempre a mesma: que eu aguardasse”.
Preocupada com a situação, Aline procurou a assessoria do prefeito Rogério Santos (PSBD) pelas redes sociais. Segundo a autônoma, a única resposta foi que ela deveria aguardar, pois estavam verificando o caso.
Barraco foi construído em cima da maré em uma comunidade na Zona Noroeste de Santos – Foto: Arquivo pessoal
Ao g1, a Prefeitura de Santos esclareceu que o imóvel em questão é uma submoradia erguida em área irregular e que a Defesa Civil não interditou o local, porém, em vistoria técnica foi "constatado precariedade – característica de submoradia".
A prefeitura afirmou também que a Aline é atendida pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CRAS), onde atualmente está cadastrada para receber o Auxílio Brasil, do Governo Federal, correspondente à sua situação de vulnerabilidade social.
"Vale ressaltar que, após análise e relatório da Defesa Civil, a família poderá ser encaminhada para abrigamento na rede socioassistencial do município, que é concedido para casos emergenciais", explicou.
A Cohab Santista informou que os programas habitacionais desenvolvidos no município, desde 2013, já proporcionaram a entrega de 680 unidades do Conjunto Caneleira 4 destinadas a moradores do Dique da Vila Gilda. Também estão em construção 1.120 apartamentos do Conjunto Habitacional Tancredo Neves III para moradores da Zona Noroeste. Segundo o planejamento da política habitacional do Município, está prevista a construção, até 2024, de 3 mil unidades habitacionais.
(Fonte: g1)