Polícia Civil concluiu que Mateus Henke Eggert foi queimado vivo dentro do próprio carro após cobrar dívida de Guilherme Roberto Buge, réu pelo assassinato que aconteceu horas antes do Réveillon de 2022

Guilherme Roberto Buge (à direita) é apontado como autor do assassinato de Mateus Henke Eggert (à esquerda) – Foto: Divulgação

Nesta semana, a Polícia Civil do Espírito Santo indiciou Guilherme Roberto Buge, de 25 anos, pelo assassinato de Mateus Henke Eggert. O crime aconteceu na tarde de 31 de dezembro de 2022, na localidade de Córrego Preto, zona rural de Vila Pavão, no Norte do Espírito Santo. A vítima foi queimada viva dentro do próprio carro após cobrar uma dívida.

Uma pendência financeira de R$ 3 mil entre os envolvidos, referente à venda de um aparelho de som realizada pela vítima ao suspeito, teria sido a motivação do crime. A investigação apontou que Mateus morreu queimado dentro do próprio veículo. O caso chocou o município na época.

A delegada Geórgia Malcum, titular da Delegacia de Polícia de Vila Pavão, informou que Guilherme Buge foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e por emprego de fogo.

Ela disse que o laudo pericial concluiu que a causa da morte foi carbonização da vítima. A Polícia Civil continua investigando a suspeita de participação de outras pessoas no crime.

"O indiciado devia uma quantia à vítima, a qual, em tese, deveria ser paga na data do crime, quando ambos marcaram um encontro. No entanto, as investigações apontaram que o valor não foi pago, tendo sido a vítima levada pelo suspeito até o local onde foi carbonizado dentro de seu veículo", detalhou a delegada.

A titular da delegacia também detalhou sobre as circunstâncias do crime.

"Uma testemunha informou que chegou a ouvir disparos em momento condizente com o horário dos fatos. Porém, nenhuma arma ou vestígio foram localizados. Em razão do estado de carbonização do corpo, não foi possível precisar se, antes da morte, a vítima chegou a ser alvejada. Porém, [a vítima] estava viva quando foi queimada, tendo sido essa a causa da morte", detalhou.

Guilherme Roberto Buge (à direita) é apontado como autor do assassinato de Mateus Henke Eggert, que foi queimado dentro de um carro em Vila Pavão, no Espírito Santo – Foto: Divulgação

Segundo a delegada, o suspeito negou o crime. "Guilherme negou a prática do crime e afirmou que pagou o valor devido à vítima. No entanto, imagens de câmeras de segurança próximas ao local e que registraram o encontro entre os dois não mostram a entrega de qualquer envelope ou objeto que pudesse indicar a realização da transação", disse.

Inúmeras evidências ajudaram a identificar o suspeito. "Foram utilizadas, então, imagens de câmeras de videomonitoramento, além de contradições entre as declarações prestadas por Guilherme e sua então namorada, sobre a localização do suspeito na tarde do crime (o fato ocorreu por volta das 14h). Também foram utilizados, com a devida autorização judicial, elementos obtidos a partir da análise de conversas do investigado com amigos pelo WhatsApp, nas quais foi constatado que, momentos antes do encontro, ele não havia conseguido o valor suficiente para o pagamento".

Segundo a delegada, com a reunião de provas de autoria e materialidade, foi constatado pela investigação que, após o crime, Guilherme Roberto Buge foi a um bar.

"Foram também consideradas declarações de testemunhas, visto que Guilherme foi visto, logo após o fato, em um bar da cidade, sem camisa e aparentando estar suado", contou a delegada.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Nova Venécia e Vila Pavão, apresentou denúncia contra Guilherme Roberto Buge. A denúncia já foi aceita pela Justiça e, com isso, o acusado virou réu no processo pela morte de Mateus Henke Eggert.

(Fonte: g1 ES)