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Jovem está há dois anos sem comer por causa de uma síndrome rara

21 de setembro de 2020

Fernanda Martinez descobriu que tem a síndrome de Ehlers-Danlos, um distúrbio hereditário que afeta a produção do colágeno. Ela grava vídeos e compartilha sua experiência de vida na web

Jovem está há dois anos sem comer por causa de uma síndrome raraJovem está há dois anos sem comer por causa de uma síndrome rara – Foto: Reprodução

Fernanda Martinez acreditava que desde pequena tinha super poderes: tinha flexibilidade muito grande, se contorcia, chegou até a participar de uma turma de ginástica olímpica e ganhou fama. Depois de um tempo, começou a se machucar: teve fratura no pescoço, nas costas, e parou com a atividade física.

Ela descobriu que o que acreditava ser seu superpoder era, na verdade, uma fraqueza. E tinha um nome: a síndrome de Ehlers-Danlos. Essa síndrome é um distúrbio hereditário que afeta a produção do colágeno, a proteína que dá a sustentação nos tecidos do corpo.

A síndrome faz parte da lista de doenças raras – atinge uma em cada cinco mil pessoas. No caso da Fernanda, afetou também o coração e os sistemas respiratório e circulatório. O último afetado foi o sistema digestivo.

Nenhum gole de água. Nenhum alimento no prato. Faz dois anos que a Fernanda parou totalmente de comer.

"Comecei a passar muito mal quando eu comia, muito enjoo, muita dor, a dor horrível, a minha barriga ficava muito inchada", conta ela.

"O que acontece com a Fernanda é que o estomago está muito parado. Já o intestino, por outro lado, tem um movimento muito acelerado. Essa síndrome é uma desordem que afeta muitos sistemas. É raro chegar a essa condição em que a Fernanda está", ressalta a nutróloga Pâmela Finkler Richa.

"Hoje eu me alimento por nutrição parenteral total, que é através desse cateter. Então não cai nada, nem no meu estômago nem no meu intestino, vai direto na minha veia. A minha alimentação corre durante 12 horas todo dia. A gente faz à noite, enquanto eu tô dormindo", relata Fernanda.

A jovem de 22 anos, de Santa Catarina, resolveu gravar vídeos contando a sua experiência de vida, e leva informação aos seguidores sobre as doenças raras.

"Percebi que se eu ficasse revoltada, se eu esperasse o mundo parar por causa disso, não ia chegar a lugar nenhum", diz.

Valedoitaúnas/Informações G1



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