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Inflação oficial atinge maior patamar para setembro desde 2003

09 de outubro de 2020

Alimentos pressionaram o indicador no mês. Arroz e óleo de soja foram alguns dos itens que pesaram mais no bolso dos brasileiros no período

Inflação oficial atinge maior patamar para setembro desde 2003Arroz foi um dos vilões do bolso do consumidor – Foto: Pixabay

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou o maior patamar para setembro desde 2003, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (9). O indicador ficou em 0,64% no mês.

O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo resultado de setembro, principalmente por causa do aumento dos preços da comida para consumo em casa.

Em 2003, a inflação oficial ficou em 0,78%. De janeiro a setembro deste ano, o indicador acumula alta de 1,34% e de 3,14% nos últimos 12 meses.

Vilões do bolso

Os itens que pesaram mais no bolso dos brasileiros foram o óleo de soja (27,54%) e o arroz (17,98%), que acumulam no ano altas de 51,30% e 40,69%, respectivamente.

O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, diz que a alta nos preços do arroz e do óleo está relacionada ao dólar alto e à maior demanda interna.

“O câmbio num patamar mais elevado estimula as exportações. Quando se exporta mais, reduz os produtos para o mercado doméstico e, com isso, temos uma alta nos preços. Outro fator é demanda interna elevada, que por conta dos programas de auxílio do governo, como o auxílio emergencial, tem ajudado a manter os preços num patamar elevado. No caso do grão de soja, temos ainda forte demanda da indústria de biodiesel”, afirma Kislanov.

Outros itens – sempre presentes na mesa dos brasileiros – que ficaram mais caros foram o tomate (11,72%), o leite longa vida (6,01%) e as carnes (4,53%).

Em contrapartida, também tem notícia boa para quem faz mercado. A cebola ficou 11,8% mais barata, assim como a batata-inglesa, cujo preço recuou 6,3% em setembro. Também ficaram mais em conta o alho (-4,54%) e frutas (-1,59%).

O grupo saúde e cuidados pessoais também registrou queda nos preços em setembro, influenciado pela redução nos planos de saúde, já que, em agosto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu suspender o reajuste dos planos até dezembro deste ano.

Outras altas

A segunda maior variação no índice de setembro veio dos Artigos de Residência, cujos preços aumentaram 1% em média. Os itens de TV, som e informática subiram 1,99%, enquanto mobiliário aumentou 1,10% no mês passado.

Os preços dos produtos e serviços do grupo Transportes subiram em ritmo menor em setembro, mas os principais impactos no bolso do brasileiro vieram do aumento da gasolina e das passagens aéreas (6,39%) – esta, após quatro quedas mensais seguidas.

Metodologia da pesquisa

Por causa da pandemia, o IBGE está realizando a coleta de preços de forma remota, por meio de sites, telefone ou e-mail.

O IPCA é se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de agosto e 28 de setembro de 2020 (referência) com os vigentes entre 29 de julho e 27 de agosto de 2020 (base).

Valedoitaúnas/Informações R7



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