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Idoso é resgatado após ser mantido por 11 anos em cárcere privado no interior do Maranhão

07 de fevereiro de 2022

Vítima de 74 anos sofria de maus-tratos e de violência financeira; ele estava há três dias sem comer e beber quando foi encontrado

Idoso é resgatado após ser mantido por 11 anos em cárcere privado no interior do MaranhãoIdoso de 74 anos estava há três dias sem comer e beber quando foi resgatado – Foto: Divulgação

Um idoso foi resgatado após passar 11 anos em cárcere privado no município de Imperatriz, no Maranhão. A vítima tem 74 anos e estava há três dias sem comer e beber quando foi abordada por policiais militares e uma equipe de assistentes sociais, nesse sábado (5).

A Prefeitura de Imperatriz informou, nesta segunda-feira, que o idoso vive acamado e estava em "ambiente totalmente insalubre, debilitado, com fome e sede".

Para realizar o resgate, os policiais tiveram que saltar o muro da residência onde estava o idoso. A vítima não respondeu aos contatos verbais feitos pelas equipes do lado de fora. Além disso, a porta da casa estava trancada.

De acordo com a Prefeitura, o idoso vivia enclausurado, em situação de abandono e sofria maus-tratos. A gestão municipal informou que também suspeita que o idoso era vítima de violência financeira por parte de um sobrinho, que vivia na mesma casa, mas não se encontrava no local no momento da abordagem.

O tenente Anderson Arraes, da PM, participou da abordagem e foi um dos primeiros a falar com a vítima. Ele disse que o idoso pediu para ter o rosto lavado pois não tomava banho há dias.

“O que vi quando pus os pés naquele recinto me deixou sem ar, um senhor extremamente magro e assustado, despojado de vestes e carcomido pela fome sobre um colchão pútrido com forte odor de urina e fezes e ratos embaixo da cama”, disse Arraes.

O idoso foi alimentado e hidratado pelos policias e equipe da assistência social, com ajuda de vizinhos, ainda na casa. Em seguida, ele foi levado ao Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), onde recebeu atendimento médico e passou por exames. Depois seguiu para um abrigo.

“Quando estávamos indo para o HMI, eu perguntei a ele qual foi a última vez que ele havia sido abraçado, ele respondeu que não lembrava mais, ali eu prontamente o abracei bem forte, ele chorou e eu fiquei muito emocionada e feliz em saber que a partir dali, a vida dele iria mudar”, disse Maria Cleia Pereira, uma das assistentes sociais que atuou no resgate.

Valedoitaúnas (O Globo)



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