Homem vítima de maus-tratos é deixado em delegacia; esposa é suspeita
16 de setembro de 2021Filhos de Maruzia das Graças Rodrigues afirmam que ela dopava e maltratava marido há pelo menos 10 anos; G1 não localizou defesa. Homem, de 49 anos, tem 'problemas psiquiátricos', segundo familiares
Maruzia das Graças Brum Rodrigues, de 53 anos – Foto: Arquivo pessoal
O servidor público, de 49 anos, vítima de maus-tratos em casa, reencontrou os familiares na tarde desta quarta-feira (15), na delegacia de Taguatinga Sul, segundo os enteados. No mesmo dia, a Polícia Civil do Distrito Federal indiciou a esposa dele, Maruzia das Graças Brum Rodrigues, de 53 anos. Ela é suspeita de manter o marido dopado e de praticar agressões físicas e verbais contra ele.
Segundo a enteada da vítima, que também é filha da mulher suspeita e preferiu não se identificar, o padrasto "está bem" e será encaminhado para exames médicos, além de receber roupas e outros pertences pessoais.
"Está tudo bem, na medida do possível. Ele já falou com todos os familiares. Está mais calmo e não quer falar sobre o assunto", disse a enteada da vítima.
A família também contou à reportagem que o homem tem "problemas psiquiátricos" e que, desde 2001, sofria abusos por parte da mulher. Ele é analista concursado do Banco Central e recebe aposentadoria de R$ 23 mil. De acordo com a denúncia, a esposa alegava que, por ter "problemas mentais", o marido não poderia administrar o dinheiro e, portanto, ficava com todo o valor do benefício.
A reportagem não localizou a defesa Maruzia Rodrigues para comentar o caso. Ela acompanha a investigação em liberdade.
Servidor público sofria maus tratos da companheira – Foto: Reprodução
O irmão do servidor, Alfredo José Nunes, disse que conversou com ele por videochamada e que deve procurar a advogada da família nesta quinta-feira, para tratar de mais detalhes do caso.
De volta à família
Uma das filhas de Maruzia disse ainda que acredita que a mãe "planeja fugir" e que está com 50% do salário do servidor, que é depositado direto na conta dela, por conta de um acordo judicial.
Nesta quarta-feira (15), o Ministério Público do DF se manifestou a favor que a curatela do servidor – espécie de guarda provisória, por incapacidade – fique provisoriamente em nome de uma das enteadas. A família aguarda decisão da Justiça.
A intenção, segundo os enteados, é que a curatela do padrasto fique com a mãe dele, que mora no Rio de Janeiro, e que o homem seja levado para a casa da família.
Agora, além da decisão judicial sobre a curatela do servidor, os familiares aguardam manifestação do Ministério Público do DF sobre o indiciamento da Polícia Civil contra a Maruzia, pelo crime de maus-tratos, que tem uma pena prevista que varia de 2 meses a 1 ano de prisão. Com o inquérito em mãos, os promotores podem denunciar a suspeita à Justiça ou pedir mais provas do caso.
Servidor público é vítima de maus-tratos; segundo polícia, esposa é suspeita – Foto: Arquivo pessoal
Relembre o caso
Na quarta-feira (15), Maruzia das Graças Brum Rodrigues foi indiciada, por maus-tratos contra o marido. A vítima tem "problemas psiquiátricos", segundo os familiares. Os parentes relataram também que os abusos ocorrem há pelo menos 10 anos.
Os enteados do servidor público, que preferiram não se identificar, contaram que a mãe e o padrasto se conheceram em 2001. Eles disseram à polícia que o homem sofria agressões físicas e verbais por parte da mulher.
Conversa entre mãe e filhos sobre marido; mensagem foi entregue à Polícia Civil – Foto: Reprodução
O casal chegou a morar por um tempo em Portugal e, em julho deste ano, se mudou para Águas Claras, no DF. No mesmo mês, segundo uma das filhas, em um encontro familiar, Maruzia teria agredido o padrasto e o enforcado.
"Ela enforcou ele na frente de todo mundo, vimos que a situação estava muito pior", contou a filha da suspeita à Polícia Civil.
Na ocasião, por causa do risco à vida do servidor público, os enteados resolveram ir com um policial militar até o apartamento do casal, no início de agosto. Segundo as testemunhas, ele foi encontrado dopado. O policial militar que esteve no local depôs na delegacia e também relatou que a vítima estava sob efeitos de superdosagem de medicamentos.
Valedoitaúnas (G1)