Abrão Ribeiro Lourenço, de 37 anos, foi assassinado a facadas e a pauladas, na porta da igreja onde evangelizava. Polícia Civil disse que homem foi solto porque se apresentou espontaneamente na delegacia. Ele vai responder por homicídio doloso

Abrão Ribeiro Lourenço foi assassinado na porta da igreja onde evangelizava – Foto: Reprodução/TV Globo

A família de um homem morto a facadas em Cosmos, na Zona Oeste do Rio, pede justiça. O assassino confessou o crime, entregou a arma na delegacia e mesmo assim foi solto.

No dia 27 de janeiro, Abrão Ribeiro Lourenço, de 37 anos, foi assassinado a facadas e a pauladas, na porta da igreja onde evangelizava.

Luciana Loreto do Nascimento, mulher de Abrão, testemunhou o crime.

“Quando ele foi botar a bíblia no carro para a gente ir na minha mãe, subir, ele veio por trás, meu esposo estava de costas para rua, e deu as facadas e ali tudo começou”.

Segundo a família, o assassino é Carlos Eduardo Lapa da Costa, ex-marido de Luciana. Os dois estavam separados havia mais de cinco anos, mas ele não se conformava com o casamento da ex-mulher.

Carlos Eduardo já tinha histórico de violência. Em 2018, quando descobriu que Luciana estava namorando Abrão, tentou matar a ex-mulher, com uma facada na barriga.

“Ele foi até a casa da minha mãe. A gente já estava separado, mas ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele levou a faca da casa da mãe dele e chegou lá e me deu uma facada na frente dos meus filhos, que inclusive é com ele. E hoje eu tenho essa cicatriz, essa marca. Para o resto da minha vida eu vou lembrar e agora mesmo que eu vou lembrar porque ele tirou a vida do meu marido que era o provedor do meu lar”.

Segundo a família, Carlos Eduardo se entregou logo depois do crime na 35ª DP (Campo Grande) e confessou ter matado Abrão. Foi preso em flagrante e levado para Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, mas não ficou nem 24 horas na cadeia.

O homem que já respondia a um processo por lesão corporal, por ter esfaqueado a mulher, foi liberado e saiu pela porta da frente. A família só descobriu agora e, indignada, foi buscar explicações.

“Ficamos sabendo que o assassino está solto enquanto a família, a esposa, a família não fica mais em paz”, disse o irmão da vítima, Vinícius Ribeiro Lourenço.

Luciana teve três filhos com o primeiro marido e uma menina com Abrão.

Com Carlos Eduardo solto, o medo é que ele volte a ser violento com outras pessoas da família.

“Se ele já esfaqueou a mulher, se ele foi capaz de cometer esse crime tão bárbaro com meu irmão, a gente não sabe o que ele é capaz de fazer. Ele tá solto”, diz Lidiane Lourenço.

“A justiça de Deus a gente sabe que vai ser feita, mas a gente também quer a justiça da terra. Queremos que esse assassino pague por aquilo que ele fez. Justiça”.

A Polícia Civil disse que Carlos não ficou preso porque apesar de ter confessado o crime e entregado a arma, ele se apresentou espontaneamente na delegacia. Ele vai responder por homicídio doloso.

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