Governo zera taxa de importação de soja e milho para conter inflação
18 de outubro de 2020Isenção para soja valerá até 15 de janeiro e para milho até 31 de março. Objetivo é promover um ajuste entre a oferta e a demanda até a colheita
Isenção de tarifa para soja valerá até janeiro – Foto: Arquivo/Agência Brasil
Numa tentativa de conter a alta de preços no setor de alimentos, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para soja e milho.
No caso de soja, a redução temporária será válida até 15 de janeiro de 2021 o grão, farelo e óleo de soja.
Quanto ao milho, a isenção valerá até 31 de março de 2021.
A decisão foi tomada na sexta-feira (16), durante a 175ª Reunião Extraordinária do Gecex, por propostas dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no que tange à soja, e da Economia, no que se refere ao milho.
Os prazos de isenção foram estabelecidos para não comprometer a comercialização da próxima safra, que tem a colheita prevista para início do próximo ano, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O aumento pela demanda mundial de alimentos, ocasionado pela ocorrência da pandemia da covid-19, gerou reflexos semelhantes, mas com motivações diferenciadas, nos mercados relativos a essas duas commodities.
No caso do milho, houve um aumento no consumo interno para abastecer a produção de proteína animal, que registrou crescimento nas exportações.
Movimento que já vem sendo registrado nas últimas duas décadas, a uma taxa de 14,3% ao ano.
No caso da soja e derivados, como farelo e óleo, também houve aumento nas vendas externas que ganharam impulso com a valorização do dólar.
“Em virtude desses fatores, foi conveniente buscar uma medida preventiva, de maneira a equalizar as condições de importação de terceiros países com o Mercosul, fortalecendo o abastecimento do mercado doméstico”, disse Sílvio Farnese, diretor de comercialização e abastecimento.
É importante ressaltar, segundo o diretor do Mapa, que não há expectativa de falta dos produtos.
O objetivo é promover um ajuste entre a oferta e demanda desses produtos no período anterior à colheita da safra 2020/2021, que ocorre a partir do início do próximo ano.
Valedoitaúnas/Informações iG