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Governo marca leilão de compra de arroz importado para o dia 6 de junho

30 de maio de 2024

Serão adquiridas 300 mil toneladas. Em coletiva de imprensa, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, disse que governo ainda irá avaliar se novas compras serão necessárias

Governo marca leilão de compra de arroz importado para o dia 6 de junhoArroz na colheitadeira Foto: Celso Tavares / g1

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou que o leilão público para compra de arroz importado vai acontecer no dia 6 de junho, às 9h. Nesta data, o governo pretende adquirir 300 mil toneladas de arroz. O edital do leilão foi publicado nesta quarta-feira (29).

O preço será tabelado e o pacote terá o rótulo do governo. O quilo será vendido por R$ 4 e o arroz deve chegar ao consumidor até setembro.

O governo vai importar o "Arroz Beneficiado, Polido, Longo fino, Tipo 1", o mesmo produzido pelo Brasil.

"Temos uma grande procura por informações, tanto do Mercosul, como de outros países", disse Pretto, em coletiva de imprensa nesta quarta. "O governo tomou a decisão da retirada da TEC [tarifa de importação] para que outros países possam também entrar nesse leilão de igual para igual com os países do Mercosul, que já têm tarifa zero", disse Pretto.

O presidente da Conab reforçou que a decisão do governo de importar o grão tem o objetivo de garantir preços mais em conta ao consumidor. "Vocês sabem que, nos últimos dias, especialmente nos últimos 30 dias, nós tivemos um aumento entre 30% e 40% no preço do arroz".

Segundo ele, após as enchentes no Rio Grande do Sul, os preços do arroz começaram a subir no Brasil e, depois, no Mercosul, como disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao g1.

"Nós não queremos que essa compra importada venha a competir com a nossa produção nacional. Nós estamos comprando as primeiras 300 mil toneladas e vamos avaliar conforme será o comportamento do mercado. Se nós percebemos que essa medida já equilibrou os preços, o governo vai avaliar se haverá necessidade ou não de fazer um novo leilão", disse Pretto.

Ao longo deste mês, o governo federal liberou R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz importado. Segundo o presidente da Conab, essa deve ser a quantidade de arroz que foi perdida nas enchentes do Rio Grande do Sul, somando as perdas no campo e o grão que está em armazéns.

"Nós tivemos algumas dificuldades para ir a campo fazer um levantamento. O próprio setor chama a atenção que, em torno de 600 mil toneladas de arroz [que ainda estavam no campo], foram perdidas", disse.

"Nós não conseguimos dimensionar a parte que estava nos armazéns e que foi atingida pelas águas. Mas, o que nós estamos imaginando, conforme disse o setor: 600 mil toneladas, mais o que pode ser atingido nos armazéns, o que nós estamos propondo, de até 1 milhão de toneladas, é o que se estima que foi perdido no Rio Grande do Sul", destacou.

Antes da tragédia, a previsão da Conab era de que o estado colhesse, no total, 7,4 milhões de toneladas de arroz. A estatal deve publicar uma nova estimativa no próximo dia 13.

Segundo dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), o estado já colheu 90% da sua área plantada, um total de 6,8 milhões de toneladas de arroz. O instituto prevê que, ao fim da safra, o RS deve colher 7,1 milhões de toneladas.

"O número é bem próximo ao registrado na safra anterior, de 7,239 milhões de toneladas – o que comprova que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro, sendo desnecessária a importação do grão", disse o Irga, em nota, na semana passada.

Preço do arroz subsidiado

Questionado sobre por que o governo decidiu vender o arroz por, no máximo, R$ 4 o quilo, o diretor-Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab Silvio Porto disse que o produto tem sido um dos componentes que tem contribuído para elevar a inflação de alimentos.

"Se nós pegarmos os parâmetros de preços do varejo, antes do problema climático no Rio Grande do Sul, o que nós podemos dizer é que estava em torno de R$ 25 a saca de 5 quilos, de uma forma média no mercado, pegando as marcas mais comuns. Nós estabelecemos um deságio [desconto] de 20% a partir desse parâmetro e chegamos a esse valor de R$ 4 por quilo", explicou.

(Fonte: g1)



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