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Governo federal confirma compra de 54 milhões de doses da CoronaVac

30 de janeiro de 2021

Governo federal confirma compra de 54 milhões de doses da CoronaVacDose da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, instituição ligada ao governo paulista – Foto: Arthur Stabile/UOL

O governo federal confirmou hoje que comprará mais 54 milhões de doses da CoronaVac para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). O anúncio do Ministério da Saúde, que prometeu a compra junto ao Instituto Butantan para a semana que vem, dá fim à incerteza que rondava o plano nacional de vacinação contra a covid-19. A definição vem após pressão maior exercida pelo governo de São Paulo, mas também por outros estados e municípios.

Até agora, a pasta chefiada pelo general Eduardo Pazuello tinha adquirido 46 milhões de doses do imunizante, responsáveis por darem início à vacinação no país. O acordo do governo federal com o Butantan previa a opção de aquisição de um total de 100 milhões de doses, mas era necessária esEm nota do Ministério da Saúde sobre a aquisição, a pasta também afirmou que vai solicitar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que antecipe a concessão do registro definitivo da CoronaVac. A medida permite que a vacina possa ser aplicada a mais pessoas além dos grupos prioritários do plano nacional de vacinação, que estão sendo vacinados atualmente por meio de uma aprovação de uso emergencial.

"O Ministério da Saúde irá firmar o contrato de compra das doses junto à Fundação [Instituto Butantan] na semana que vem. Além disso, a pasta está solicitando a antecipação do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira", diz a nota do Ministério.

Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério, afirmou que a compra foi "uma orientação direta" de Pazuello e disse que, com o total de 100 milhões de doses e o eventual registro definitivo, é possível iniciar a "vacinação em massa da população brasileira".

A aquisição dos 54 milhões de doses pelo governo federal já havia sido antecipada hoje por Dimas Covas, diretor do Butantan, durante entrevista coletiva do governo paulista sobre a pandemia. Covas disse que havia recebido uma confirmação não oficial de que a compra seria assinada na próxima terça-feira (2).

Ameaça de doses fora do PNI

A definição encerra uma semana marcada por falas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrando a confirmação da compra e ameaçando negociar as doses adicionais diretamente com estados e municípios, já que o Butantan é ligado ao governo paulista. Desta forma, a maioria das doses a serem produzidas pela instituição nos próximos meses ficaria de fora do PNI.

Enquanto Doria ameaçava o governo federal com a venda direta a entes federativos da União, o diretor do Butantan chegou a falar em exportar as vacinas para outros países. Covas disse que a falta de acordo com o Ministério da Saúde geraria a possibilidade de vender as doses para nações vizinhas, começando pela Argentina.

Outros estados e municípios também pressionaram a administração federal pela definição. Ainda hoje, a FNP (Frente Nacional de Prefeitos) enviou um ofício ao Ministério cobrando a aquisição.

Já o Ministério da Saúde se mantinha até hoje sem dar uma previsão para definir a questão. A pasta afirmou esta semana que se manifestaria até o prazo final do contrato com o Butantan, que era 30 de maio.

Mais vacinas

Além da CoronaVac, o governo federal conta até agora com a vacina da AstraZeneca/Oxford para a imunização contra a covid-19. Hoje, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), instituição federal que produzirá a vacina no Brasil, fez o pedido de registro definitivo à Anvisa.

Por enquanto, o país recebeu 2 milhões de doses prontas da vacina vindos da Índia e ainda não tem uma previsão real para a chegada de insumos vindos da China para iniciar a produção nacional.

Valedoitaúnas/Informações UOL



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