Home - Economia - Governo do ES já gastou R$ 290 milhões no combate...

Governo do ES já gastou R$ 290 milhões no combate à pandemia; mesmo com queda de receita

17 de julho de 2020

Valor representa cerca de 13% do orçado para o ano na área da saúde. Avanço do coronavírus fez com que o governo deixasse de investir em outras áreas

Governo do ES já gastou R$ 290 milhões no combate à pandemia; mesmo com queda de receitaFoto: Divulgação

Quatro meses já se passaram desde que a rotina da população capixaba foi afetada pela pandemia do novo coronavírus. Nesse período, o Governo do Espírito Santo já gastou cerca de R$ 290 milhões no combate à covid-19, mesmo com a queda de mais de R$ 2 bilhões na receita de 2020. O valor representa cerca de 13% do total orçado para o ano na área da saúde.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), todo o recurso foi usado para contratações de profissionais, compra de equipamentos de proteção individual (EPI's), de respiradores e insumos, além de obras. Com esse dinheiro também foram abertos e adequados leitos na rede pública de saúde, além da compra de vagas em hospitais filantrópicos e particulares, já que o governo do Estado optou por não abrir hospitais de campanha.

"Um hospital de campanha você contratualiza, geralmente é uma empresa de fora que vem e instala uma estrutura. Essa estrutura depois é desmontada e não fica nenhuma legado para a população capixaba", ressaltou o secretário estadual de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc.

Até o início da tarde desta sexta-feira (17), a rede pública estadual contava com 704 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com covid-19. Para o doutor em direito constitucional e especialista em gestão pública, Alexandre de Castro Coura, a estratégia escolhida pelo governo do Estado foi acertada.

"Se a gente analisar a experiência de outros estados, que optaram pelos hospitais de campanha, alguns deles não conseguiram entregar esse serviço a tempo e estão tendo problemas sérios de desvio, que nós não estamos vendo aqui no Espírito Santo", destacou.

Do total empregado até o momento, R$ 161 milhões eram do próprio governo do Estado, R$ 85 milhões foram enviados pelo governo federal e os outros R$ 44 milhões vieram de multas de processos judiciais, inclusive da tragédia de Mariana (MG), que resultou no desastre ambiental no Rio Doce, em 2015.

Toda ajuda é bem-vinda, já que a previsão inicial de receita para 2020 não se concretizou. O governo do Estado estimava a entrada de R$ 19,7 bilhões no cofre este ano. No entanto, devido à pandemia, a receita deve cair para R$ 16,3 bilhões.

Segundo Álvaro Duboc, o avanço do coronavírus fez com que o governo deixasse de investir em outras áreas. "O Espírito Santo sofre com dois processos de redução. Primeiro, com relação à retração da atividade econômica, decorrente da pandemia, e também essa questão da disputa do petróleo. Nós já aplicamos uma redução de 15% nas despesas correntes de todas as secretarias e órgãos, com exceção, evidentemente, da Secretaria de Saúde, que teria pela frente, a partir de março, um grande desafio", frisou.

A Sesa não detalhou, em nota, quanto gastou com cada uma das despesas decorrentes da pandemia, que ainda está longe de chegar ao fim. O especialista em gestão pública destaca que é preciso gastar os recursos com sabedoria.

"Isso vai exigir sim um profissionalismo do governo. Isso vai valorizar as decisões inteligentes e criativas para a gente lidar com esse contexto, que realmente é um contexto de maior demanda por serviços públicos, especialmente na área da saúde, com uma economia que gira a uma velocidade menor e produz menos recursos para o próprio poder público", afirmou Coura.

O secretário de Economia e Planejamento espera terminar o ano com as despesas equilibradas, apesar da redução da receita e dos gastos inesperados, que surgiram com a disseminação da covid-19.

"O desafio é o segundo semestre. Como nós vamos caminhar no segundo semestre, neste momento agora de retomada, onde os indicadores apontam uma certa estabilidade na evolução da doença no Espírito Santo. Temos a certeza de que chegaremos ao final do ano com as contas equilibradas e com o enfrentamento à pandemia", ressaltou Duboc.

Valedoitaúnas/Informações Folha Vitória



banner
banner